Ivete canta 'Emoções' para Paulo Gustavo e faz protesto contra as milhares de mortes
Em live, cantora diz que as perdas causadas pela Covid-19 não podem ser apenas números
Ivete Sangalo protestou contra as milhares de mortes causadas pela Covid-19 no Brasil durante live em comemoração ao Dias das Mães neste domingo (9). Ela mencionou também as chacinas, sem citar nenhuma específica.
"A pátria mãe Brasil perde muitos filhos em descasos, em chacinas e sem vacinas", disse.
A manifestação da cantora foi feita em uma pausa da live para homenagear o ator e humorista Paulo Gustavo, 42, de quem ela era amiga. Ele morreu vítima da Covid-19, após quase dois meses de internação e várias complicações. O corpo do ator foi cremado em cerimônia restrita na tarde de quinta-feira (6), no Cemitério e Crematório Alto da Colina, em Niterói, no Rio de Janeiro.
"Ele se foi e a gente perdeu a presença dele", lamentou. Para Ivete, o artista levou alegria para as pessoas, mas o seu maior propósito foi aproximar o país inteiro da dor da perda.
"Não se pode pensar nos filhos de alguém como números. Isso não dá, é muita falta de respeito", criticou a cantora, sem citar nomes. "O que poderia ser mais impactante do que milhares de vidas perdidas? Quanto mais de tudo isso vai precisar acontecer para que haja gestos de responsabilidade e empatia?"
Ivete disse que acredita no Brasil que aplaude Paulo Gustavo. Ela citou também o país da arte, da cultura, do esporte, do trabalho, do progresso e da maior floresta tropical do mundo.
"E eu acredito acima de tudo em um país de gente decente e inteligente", completou.
Após a manifestação, ela dedicou a música "Emoções", de Roberto Carlos, a Paulo Gustavo e à família dele. Ivete chorou e quase não conseguiu cantar todos os versos da canção. Revelou que, mesmo antes da morte de Paulo Gustavo, já havia prometido cantar a música para a mãe do ator, Déa Lúcia Amaral.
"Porque eu sou mãe. E sei exatamente o desejo dela", afirmou.
Em entrevista ao Fantástico, a mãe do ator também deu um tom de protesto à parte de entrevista sobre a morte do filho. "Roubar na pandemia é assassinato. Eu chorei com cada mãe. E vou continuar chorando. Mas essa luta vai ser minha. Eu vou lutar e vou falar o tempo todo", disse.
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