Celebridades

Mãe de Gugu diz que apresentador deve estar 'feliz no céu' com campanha de doação de órgãos

Maria do Céu Liberato contou que, inicialmente, foi contra o filho ser doador

A mãe do Gugu, Maria do Céu Liberato, com os netos João Augusto, Marina e Sofia
A mãe do Gugu, Maria do Céu Liberato, com os netos João Augusto, Marina e Sofia - Leo Franco/AgNews
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São Paulo

Maria do Céu Liberato, mãe do Gugu, disse que deseja muito encontrar uma das pessoas que receberam órgãos doados pelo apresentador. "É a coisa que eu mais gostaria. Eu acho que vendo essa pessoa é ver o meu filho. Se eu encontrá-la e abraçá-la é como abraçar o meu filho", afirmou ela, muito emocionada, nesta quinta-feira (19), durante encontro com a imprensa, em São Paulo, para o lançamento da campanha Gugu Vive, que visa incentivar a doação de órgãos.

O apresentador morreu há um ano, no dia 21 de novembro de 2019, após cair de uma altura de cerca de quatro metros em sua casa em Orlando (EUA). A doação dos órgãos de Gugu beneficiou mais de 50 pessoas.

Maria do Céu disse que, inicialmente, foi contra que o filho, com morte cerebral declarada, fosse doador. "Eu achava que [a doação] ia tirar pedaços, e a pessoa ia ficar toda deformada", disse. Ela mudou de ideia e afirmou que hoje está muito feliz com essa decisão, porque era o que o filho queria –antes de morrer, Gugu manifestou o desejo de ser um doador. "Com essa campanha, ele deve estar muito feliz lá no céu, onde ele deve estar."

Vindos dos Estados Unidos, onde moram, os três filhos de Gugu também se mostraram emocionados e falaram sobre o legado do pai. João Augusto, 19, o mais velho, citou três ensinamentos que o marcaram: ser uma pessoa do bem, humilde e generosa. "Eu penso nele demais. Sinto a presença dele comigo e esse sentimento me acalma". O jovem afirmou também seu desejo de seguir os passos do pai como apresentador.

Sofia, 16, lembrou que Gugu produzia quadros feitos a partir de rolhas. "E eu fiz um quadro com ele. Todos os dias que eu tenho aula de artes na escola, lembro dele pintando e me ajudando". Marina, 16, ressaltou que o período de um ano da morte do pai passou muito rápido e que, apesar de todo o sofrimento, ela e os dois irmãos estreitaram os laços e ficaram mais unidos depois da perda do pai.

"A dor ainda está lá, sei que nunca vai passar, mas tenho certeza que ele nunca ia querer que a gente ficasse triste ou não fizéssemos o que amamos. Estamos fazendo tudo por ele", completou Sofia.

Rose Miriam, mãe dos filhos de Gugu, não participou do lançamento da campanha. Ela trava uma batalha judicial com a família do apresentador para ter o seu relacionamento com o artista reconhecido e, desta forma, possa ter direito à herança dele, que foi partilhada apenas entre os filhos e sobrinhos do artista. Em nota ao F5, Rose afirmou que a saudade que sente de Gugu é infinita.

CAMPANHA

A campanha Gugu Vive consiste em propaganda na TV com os filhos e a mãe do apresentador, e um site (guguvive.com.br) com informações e esclarecimentos sobre a doação de órgãos. Um filtro no Instagram também faz parte da iniciativa, e pode ser usado para que as pessoas declarem aos familiares em vida que desejam ser doadoras, assim como fez Gugu.

Segundo médicos da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), por causa da pandemia do novo coronavírus, o número de doadores e transplantes realizados no Brasil sofreu uma queda. Por isso, eles destacam que é importante esclarecer e incentivar a doação.

"O fato de uma personalidade como Gugu Liberato ter doado órgãos impactou muito positivamente no aumento da doação de órgãos naquele período, entre o final do ano passado e início deste ano. Infelizmente, com a pandemia do coronavírus, isso teve uma grande turbulência e acabou gerando uma diminuição de transplante por vários meses", afirmou Paulo Manuel Pêgo Fernandes, médico da ABTO.

Segundo a entidade, atualmente existem no Brasil entre 50 mil e 55 mil pessoas na fila esperando pela possibilidade de fazer um transplante. "Apesar da gravidade do coronavírus, as pessoas que precisam de órgãos, continuam precisando e muitas delas estão hospitalizadas em situação grave e não têm condições de aguardar a regularização da pandemia para poder receberem esses órgãos", salientou o médico.

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