Vítima de relacionamento abusivo, Valesca Popozuda atua em série sobre feminicídio produzida por Cleo
'Onde Está Mariana?' estreia nesta quarta-feira (2) no IGTV da filha de Glória Pires, 56
'Onde Está Mariana?' estreia nesta quarta-feira (2) no IGTV da filha de Glória Pires, 56
A funkeira Valesca Popozuda, 40, encara mais uma vez o desafio de atuar. Desta vez, ela interpreta Fabíola, uma mulher que sofre violência doméstica na série “Onde Está Mariana?”, produzida por Cleo, 37. O programa estreia nesta quarta-feira (2) às 20 horas no IGTV —aplicativo de vídeo independente do Instagram para smartphones Android e iOS— da filha de Glória Pires, 56.
A série faz parte do projeto audiovisual "Cleo on Demand", cuja ideia é produzir conteúdos de temática social, artística e cultural para a internet.
"O que me motivou [a criar o projeto] foi essa onda de censura e ignorância que estamos vivendo", declarou Cleo nesta terça-feira (1º), durante a apresentação do novo trabalho para convidados e imprensa.
“Onde Está Mariana?” reflete sobre a cultura do feminicídio e as faces do machismo. A série conta a história da jovem Mariana (MC Rebecca), de 23 anos, que terminou recentemente um relacionamento abusivo, assumindo sua bissexualidade para a família e amigos, mas então desaparece. A trama gira em torno da busca da mãe, Virgínia (Vilma Melo), da irmã, Erika (King), da amiga, Fabíola (Valesca Popozuda) e da parceira, Paula (Tamiha), por Mariana.
Popozuda conta, visivelmente emocionada, que ela e sua mãe, dona Regina, já viveram o mesmo drama de Fabíola. “Quando era apenas uma criança, eu apaguei o fogo que tocaram no corpo da minha mãe. Ela ficou emocionada e muito feliz quando contei a ela sobre este novo trabalho. Através da Fabíola, posso falar por ela e por muitas mulheres.”
A funkeira revela que já viveu um relacionamento abusivo por cerca de dois anos, e que se calou por muito tempo por medo e vergonha. “Não era questão de bebida nem de drogas, mas a pessoa achava que eu tinha que ser submissa. A coisa foi aumentando devagar e quando eu vi que estava indo para um lado que não era legal. Eu vi que eu não precisava disso e meti meu pé.”
Mesmo após ter superado o relacionamento, ela diz que as feridas continuam: “Carrego marcas emocionais, que ficam por mais que a gente fale, conte, ajude. Fica adormecido, mas está ali.”
A cantora relata que foi durante sua passagem pelo grupo Gaiola das Popozudas, do qual foi vocalista, que começou a se libertar do machismo. “Eu tinha uma música que dizia o seguinte: ‘só levava porrada, e partia pra farra, eu ficava sozinha esperando você, eu gritava e chorava como uma maluca, valeu muito obrigada, mas agora virei puta’. Era meu grito de liberdade e a minha luta pelo empoderamento de outras mulheres também. Também falei um pouco mais sobre isso no meu livro”, diz.
Recentemente, surgiram boatos na internet de que Valesca Popozuda estaria falida, e que por isso teria deixado seu apartamento no Recreio, zona oeste do Rio, para morar com a mãe no bairro da Abolição, subúrbio carioca. A funkeira, no entanto, explica que dona Regina está com câncer e vai operar a mama, por isso precisa de companhia.
"Estou muito feliz em morar com a minha mãe. Ela queria ficar no cantinho dela e eu respeitei e fui ficar com ela. Os boatos de que eu estava falida não me feriram, mas me incomodaram porque feriram a minha mãe, então fiquei puta da vida. Queria explodir. Que Deus olhe pela pessoa que fez isso, porque ela não tem amor no coração.”
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