Miá Mello assume dificuldades de criar meninos sensíveis e diz que não tem vergonha de chamar babá
Em cartaz no Rio de Janeiro, atriz fala sobre prazeres e dores da maternidade
Em cartaz no Rio de Janeiro, atriz fala sobre prazeres e dores da maternidade
A maternidade tem o poder de transformar a vida de qualquer mulher, e com Miá Mello não é diferente. A atriz se tornou mãe de Nina há dez anos, e agora cria um menino, Antônio, de dois anos, cuja educação pede um pouco mais de atenção.
"É muito mais fácil criar uma mulher forte, que joga futebol, que sabe o que quer e pode se colocar", diz Miá em entrevista ao F5. "A sociedade enxerga com mais bons olhos isso do que você criar um menino sensível, que faça balé, por exemplo. Eu me questionei como criaria um homem responsável dentro dessa sociedade tão perigosa, mas logo me lembrei do meu marido –o Lucas é um cara super sensível, que acredita no feminismo, que tem inteligência emocional e é mais equilibrado que eu."
A atriz está há um mês em cartaz no Rio de Janeiro com a peça "Mãe Fora da Caixa", em que fala sobre a entrada dos filhos na vida das mães. Com algumas semanas de termômetro, Miá diz já sentir a potência que o espetáculo tem sobre os espectadores –para as mães, seus maridos e todos aqueles que lembraram de suas criadoras durante o monólogo.
Ao final de cada espetáculo, Miá promove uma conversa com os espectadores na qual amplia seu repertório e escuta histórias que vão desde a rejeição materna até o abandono parental. "Sempre há alguém querendo falar alguma coisa. Porque a maternidade exige isso: dividir e compartilhar esse turbilhão de sentimentos dentro da gente. Com essa troca, grandes fichas caíram em relação à minha maternidade."
A aposta na peça ocorreu, inclusive, porque Miá se sentia “sufocada com o assunto" e precisava dividi-lo, mas não sabia como tratar de um tema tão pessoal sem expor seus filhos. O espetáculo, que permanece em cartaz até 8 de setembro, foi idealizado por Pablo Sanábio, que se inspirou no livro homônimo de Thaís Vilarinho após ter diversas questões sobre a paternidade, adaptado por Cláudia Gomes e dirigido por Joana Lebreiro.
"A última coisa que eu poderia fazer agora era me envolver em um projeto desse tamanho, porque tinha que segurar as pontas em casa, mas conforme ouvia a proposta, foi ficando inviável negar", lembra.
Tamanho o sucesso, a atriz diz que há planos para a peça entrar em cartaz em São Paulo em janeiro de 2020. Até mesmo a filha da atriz, Nina, já assistiu à peça, apesar de Miá reconhecer que não é um espetáculo para crianças.
"No dia em que ela assistiu, fiz a peça inteira me segurando para não chorar. Na última fala, não aguentei e chorei para ela. Ela subiu na plateia e me agarrou. Depois, nos bastidores, disse que tinha orgulho de mim. Foi uma das coisas mais bonitas que já vivi na minha vida", lembra, entre lágrimas. "Bom, foi a primeira e única vez que ela viu, porque depois me ligaram da escola falando que ela estava organizando uma turminha para ver também. Eu surtei: ‘Não é para ninguém ver! É para os pais!’".
Nos últimos meses, Miá precisou assumir a maior parte da criação dos filhos no Rio de Janeiro, porque seu marido, Lucas Melo, trabalha em São Paulo. Depois de muita saudade, a atriz está concretizando sua mudança para a capital paulista, mas diz que repetiria o processo e apoiaria o marido quantas vezes fosse preciso.
"É uma troca, e ele também faz isso por mim. Tenho o maior orgulho dele, e acho que ele merece esse apoio, mas confesso que não foi fácil. Sou aquela pessoa colada. Gosto de todo o final de dia contar as coisas que aconteceram, e brincamos que a melhor hora do dia é a hora de dormir juntos."
Sozinha com os filhos, ela conta que desenvolveu técnicas para acalmá-los e fazê-los levantar da cama de manhã. Uma delas foi a de, simplesmente, plantar feijõezinhos em cápsulas usadas de café –assim, eles se mantêm entretidos e motivados a acompanhar o crescimento de uma vida.
"Sou zero paciente, e com crianças, você precisa ter paciência”, brinca. Apesar do cansaço, a atriz diz que se sente apavorada com a entrada dos filhos na adolescência nos próximos anos. Por conta disso, ela procura conversar com seus filhos desde que nasceram, já que “a única coisa que nos previne do caos é o diálogo”.
Apesar de não ter tido babá para os pequenos, a atriz garante que não foi por falta de vontade. “Não é orgulho, não, eu queria ter tido babá. Acho maravilhoso ter alguém para te ajudar, para você não ficar tão exausta no final do dia. Eu não tive babá com o Antônio, mas gostaria de ter tido –não tive porque tinha uma funcionária que já fazia tudo para a casa, e eu podia ‘só’ cuidar dele”, conta.
Com a sensibilidade e instintos aflorados desde a maternidade, ela diz que até sente medo de ser julgada por defender as babás, mas assume a coragem de falar sobre a exaustão porque se considera uma boa mãe. “No fundo, eu sei que sou. Tenho muita segurança como mãe, porque faço um bom trabalho de dar exemplos e passar bons valores.”
O comportamento é hereditário: mesmo antes de ter os pequenos, a família sempre foi um ponto central da personalidade de Miá, que diz que, além de valorizar muito seus pais, sempre procura se colocar no lugar deles. “Às vezes, a gente esquece que mães são mães e passaram por tantas coisas”, diz.
“Tenho uma relação muito forte com meus pais. Sou daquelas que fala ‘eu te amo’ todos os dias. Admiro muito e sinto muita falta deles, que moram em Salvador. Meu grande sonho é poder ficar perto deles e das minhas irmãs de novo", completa.
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