Juliano Cazarré diz que ao ficar mais velho a nudez deu espaço para rebeldia mais grave
Ator posou e falou sobre feminismo, virilidade e rebeldia para a 'GQ'
Intérprete do garimpeiro Mariano em "O Outro Lado do Paraíso", Juliano Cazarré, 37, acredita que é hora do mundo do entretenimento equilibrar melhor as relações entre masculino e feminino. Em entrevista à revista "GQ", o ator também falou sobre o lugar da rebeldia hoje em sua vida.
"Com o tempo essa rebeldia vai ficando mais inteligente, mais profunda e menos pueril. Quando a gente é jovem, tem a nudez, o palavrão, o enfrentamento, mas aí fica mais velho e a rebeldia é contra coisas mais graves. Com tanto Trump, Kim Jong-un, merda no Brasil e no mundo, não dá para perder tempo com o que é supérfluo."
Na pele do personagem "machão", porém doce e apaixonado, Cazarré fala sobre a necessidade de um mundo mais sensível e mostra que, tanto na atuação como em sua vida pessoal, é possível desenvolver o equilíbrio exato entre virilidade e a feminilidade.
"Acho que esse é o novo estereótipo do homem nas tramas. Aquele machão sem sentimentos não existe e não há mais interesse em cultivar esse personagem. Na atuação contemporânea, o homem é quase sempre representado com um ser cansado, fraco, débil. Isso não é uma reclamação. O homem está mesmo cansado, mas ele está se permitindo chorar, quebrar, pedir ajuda", analisa.
O ator afirmou que que precisa haver mais presença do feminino para que se possa perdoar e amar mais. "A gente precisa caminhar para um mundo com uma maior presença do feminino, um mundo mais sensível, capaz de amar, perdoar, se expressar. Homens e mulheres são capazes, mas acho que elas vão trazer isso com mais intensidade, conforme o planeta lhes der mais cargos, voz, espaço e visibilidade."
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