O empresário Eike Batista despencou da 7ª para a 100ª posição na nova edição da lista de bilionários da revista "Forbes", que continua tendo o mexicano Carlos Slim como o homem mais rico do mundo.

O brasileiro perdeu US$ 19,4 bilhões --maior prejuízo do ano-- por causa da desvalorização das ações das suas empresas de mineração, energia, e construção naval. A fortuna de Eike foi estimada pela "Forbes" em US$ 10,6 bilhões.

O melhor colocado na lista entre os brasileiros é Jorge Paulo Lemann (33º lugar), com uma fortuna de US$ 17,8 bilhões. Entre os investimentos de Lemann estão a empresa alimentícia Heinz, a rede de fast-food Burger King e a Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo.

Quando a lista foi montada, em 14 de fevereiro, o mexicano Slim tinha uma fortuna estimada em US$ 73 bilhões. Depois disso, as ações da sua empresa América Móvil caíram fortemente.

Em segundo lugar na lista aparece o norte-americano Bill Gates, cofundador da Microsoft, com US$ 67 bilhões.

A grande novidade nas primeiras posições é o espanhol Amancio Ortega, cofundador do grupo Inditex, da rede de "fast fashion" Zara. Com um patrimônio estimado em US$ 57 bilhões, ele superou o americano Warren Buffett e o francês Bernard Arnault e assumiu a terceira colocação do ranking.

A fortuna de Ortega cresceu US$ 19,5 bilhões em relação à lista anterior --maior salto entre os bilionários do mundo, segundo a "Forbes".

Buffett, presidente e presidente-executivo do conglomerado Berkshire Hathaway, ficou com a quarta colocação, com um patrimônio de US$ 53,5 bilhões. É a primeira vez desde 2000 que ele não aparece entre os três mais ricos do mundo.

"Warren teve um ótimo ano, só que Amancio Ortega teve um ano melhor", disse Randall Lane, editor da revista. "Ele tem uma das linhas dominantes de vestuário na Europa."

Para Lane, a ampliação da liderança de Slim "é uma declaração de que a riqueza é realmente global, e não um monopólio americano, como às vezes pareceu durante décadas".

O mexicano de 73 anos fez grande parte da sua fortuna no setor de telecomunicações, mas também atua nos setores de varejo, matérias-primas, finanças e energia.

Arnault, do grupo de marcas de luxo LVMH, caiu para a décima posição, com US$ 29 bilhões.

A francesa Liliane Bettencourt, do império de cosméticos L'Oreal, é a mulher mais rica do mundo e ocupa o 9º lugar da lista, com US$ 30 bilhões.

NOVOS BILIONÁRIOS

Com a subida das Bolsas nos EUA, em parte graças aos estímulos monetários do Fed (banco central americano), e com um fortalecimento das marcas de varejo, muitas fortunas que já estavam na lista cresceram e outras chegaram à marca do bilhão.

Em sua 27ª edição, a lista da "Forbes" é a maior que já houve, com 210 novos bilionários. "É um ano muito bom para ser bilionário e um ano muito mais fácil para ser bilionário. Você tem essas forças econômicas e os mercados globais crescendo, e isso está empurrando mais gente para cima do limite", disse o editor da revista.

O patrimônio total dos 1.426 bilionários do mundo, segundo a "Forbes", chega a US$ 5,4 trilhões. Na lista anterior, era de US$ 4,6 trilhões.

O bilionário mais jovem do mundo é o empreendedor da internet Dustin Moskovitz, de 28 anos. O ex-colega de quarto do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e um dos primeiros investidores da rede social, ficou na 353ª posição, com fortuna de US$ 3,8 bilhões.