Bichos

Defensores de animais pedem que SeaWorld cancele show de golfinhos

Relatório aponta que golfinhos sofrem por serem usados em espetáculos ao vivo

Parque SeaWorld em San Diego, na Califórnia
Parque SeaWorld em San Diego, na Califórnia ORG XMIT: MB322 - Mike Blake-19.mar.2014/Reuters
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Alan Devall
San Diego

Anos após o documentário "Blackfish" instigar um movimento para acabar com as apresentações de orcas no SeaWorld, defensores dos direitos dos animais pediram o fim dos show de golfinhos "circenses" nos parques temáticos.

A organização de defesa dos animais Peta divulgou um relatório no qual apresenta documentos que comprovam danos físicos e comportamentais. O levantamento afirma que os golfinhos sofrem por serem usados em espetáculos ao vivo e confinados em cativeiros. A divulgação aconteceu na quarta (5) durante coletiva em um hotel próximo do parque SeaWorld, de San Diego. 

Ainda mais preocupante é a prática dos treinadores de cavalgar os golfinhos de pé em suas costas e bicos, disse a doutora Heather Rally, veterinária da Fundação Peta. Tais acrobacias forçam as mandíbulas inferiores sensíveis dos mamíferos marinhos de uma maneira que pode danificar sua audição, machucar juntas e músculos e agravar outras lesões causadas pelo confinamento nos tanques onde os golfinhos são mantidos.

"Estamos pedindo ao SeaWorld que ao menos parem de ficar de pé nos rostos dos golfinhos e de usá-los como pranchas de surfe nestes shows circenses ridículos", disse Heather. "Estamos pedindo-lhes que recolham estes animais a santuários litorâneos onde eles possam ter a oportunidade de se desenvolver."

Sujeitar os golfinhos a "tal comportamento antinatural" também pode provocar mais agressões entre eles, afirmou. Como prova disso, Heather disse que muitos dos golfinhos do SeaWorld foram vistos com ferimentos ou cicatrizes sofridas quando um animal é mordido por outro enquanto nada.

Em outra entrevista, autoridades da SeaWorld Entertainment defenderam seu tratamento dos golfinhos e negaram que as apresentações causam algum dano. "Eles são tratados como a realeza", disse Hendrik Nollens, vice-presidente de saúde e bem-estar animal do SeaWorld, insistindo que, se os comportamentos em questão causassem algum desconforto aos animais, "eles não voltariam em seguida e fariam de novo".

"Eles são mais rápidos do que nós, são mais fortes do que nós. Eles mandam. Eles escolhem. Eles decidem se querem fazer a interação ou não", disse ele aos repórteres.

Reuters
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