Bichos

Cachorro pode se tornar a melhor companhia para praticar atividades físicas

Seja em uma caminhada ou em uma atividade física mais intensa

Adriana Meira faz trilhas com seu cachorro, Gael
Adriana Meira faz trilhas com seu cachorro, Gael - Robson Ventura/Folhapress
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Letícia Naísa
São Paulo

Uma das responsabilidades de quem quer arrumar um companheiro de quatro patas é ter de levá-lo para passear com frequência. A quem não está acostumado a caminhar, isso chega a soar como obrigação. Mas, para donos mais dispostos, o melhor amigo do homem também pode se tornar a melhor companhia para praticar atividades físicas.

A pedagoga Adriana Meira, 34, sempre gostou de fazer trilhas. Para não deixar sozinho Gael, seu buldogue francês de quatro anos, ela começou a levá-lo junto. “Algumas pousadas têm opções de trilhas para fazer com o cachorro, aí passei a levá-lo. Ele gosta e fica solto. É bem obediente.”

Apesar de ser um buldogue, raça que normalmente tem mais dificuldade de respirar, Adriana conta que Gael a acompanha bem. Juntos, eles já fizeram trilhas de até 10 km. “Ele tem disposição, gosta de ficar na natureza. É bom para ele se exercitar”, diz Adriana.

Para cães, a prática de atividade física é muito importante. “O animal que faz exercícios constantemente tem mais saúde e longevidade do que um sedentário”, diz Josélio de Andrade Moura, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária.

Cada cachorro, no entanto, é diferente do outro. O veterinário alerta para as necessidades específicas das raças e para o porte do animal, características que devem ser consideradas na hora de colocar o bichinho para correr. Outro alerta é com relação à intensidade dos treinos. “As atividades devem ser regulares e não intensas”, diz Fabrício Lorenzini, professor de medicina veterinária da Universidade Anhembi Morumbi.

Forçar o cachorro além de seu limite pode provocar consequências graves. "Há risco de lesões ortopédicas, ligamentares e de problemas cardiopulmonares”, explica Lorenzini. “Se o cão parar, a pessoa deve parar também”, aconselha Moura.

Fazer com que o bicho se exercite demais pode deixá-lo exausto, além do risco de um colapso. É importante contar com o acompanhamento de um veterinário. “É preciso fazer avaliação clínica periódica da saúde do animal."

Como os humanos, os cães devem treinar aos poucos. Vinícius Magalhães, adestrador da Vini  Dog  Trainer, diz que é preciso trabalhar a concentração do animal na hora do passeio. “Competir com a rua é difícil, mas os comandos do dono têm de ser mais importantes do que os acontecimentos do entorno”, diz. “É possível treinar o animal antes de levá-lo para a rua."

Durante os passeios diários, Adriana treina Gael para que ele aprenda a pegar o ritmo. "Ele não para muito e não faz bagunça. É sempre o líder nas trilhas, anda uns dez metros na frente e, então, olha para trás para ver se estamos acompanhando seu ritmo."

A atividade, no fim, fica divertida para donos e animais. Segundo Marcio Lui, personal trainer de celebridades como Sabrina Sato, essa é justamente a maior vantagem de treinar na companhia de um bichinho. "Pode ser um estímulo."

Dona de uma fox paulistinha de 11 anos chamada Laika, a confeiteira Júlia Kitzberer, 25, pratica atividade física com a companheira canina. “Sempre quis ter cachorro para passear. É gostoso sair com ela, que é muito ativa. Dentro de casa, a Laika fica estressada.”

Nas ruas, as duas caminham juntas. E Júlia já contou com a companhia da cachorra até em um passeio de bicicleta. “No começo, fiquei com medo de atropelá-la. Vi que se eu fosse muito devagar ela ficaria na frente da bicicleta, então, precisaria de uma velocidade razoável para que ela andasse junto. Fiz isso, mas sem forçar muito, afinal, ela já é uma senhora”, conta. “Muita gente que nos viu no parque achou bonitinho. Quem sabe isso influencia mais pessoas a fazerem o mesmo?”

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