Fantasma de 'Segundo Sol' assombra a Globo, e canal escala negros e baianos para 'Renascer'
Atores nordestinos ou pretos serão maioria no elenco de remake, que estreia em 2024
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A Globo já está em fase de conclusão da escalação de elenco do remake da novela "Renascer". Faltam apenas papéis considerados menores e menos importantes. Mas já existe uma certeza: a nova versão será ocupada majoritariamente por atores negros ou naturais da Bahia, onde se passa a história.
A emissora teve muito cuidado na escalação pois tinha medo de reviver um fantasma que aconteceu em 2018 com "Segundo Sol", escrita por João Emanuel Carneiro.
Passada na Bahia, a novela foi criticada por ter muitos atores brancos em papéis-chave e poucos negros no estado mais negro do país e na cidade com maior número de pessoas negras fora do continente africano. A sua mocinha era Giovanna Antonelli, por exemplo.
Por causa disso, a Globo chegou a ser processada pela Uninegro (União de Negros pela Igualdade) por danos morais pela falta de atores negros. A emissora reconheceu que precisava evoluir na questão, e desde então, tem aumentado a sua representatividade em novelas.
"Renascer" terá um elenco que tenha mais "a cara da Bahia". Dos mais de 50 personagens que vão fazer parte da produção, ao menos 30 serão negros. Outros nomes, mesmo brancos, são nascidos no estado da Bahia. É o caso de Vladimir Brichta e Fábio Lago, escalados para a produção. Brichta é de Salvador, enquanto Lago é de Ilhéus.
Um exemplo de mudança é com o papel da professorinha Lu, interpretada originalmente por Leila Lopes (1959-2009). A intérprete original é uma gaúcha de nascimento. Mas o papel na nova versão será feito por uma atriz novata e negra, que lembre mulheres que moram no interior da estado nordestino.
A adaptação da novela já está bastante adiantada, e as gravações vão começar em outubro. A nova versão da história terá gravações em Ilhéus, no interior da Bahia, e estreia em janeiro de 2024, no lugar de "Terra e Paixão" no horário das 21h.