Tony Goes

'Cangaço Novo' traz as cenas de ação mais complexas já feitas no Brasil

Elenco passou por treinamento intensivo para a nova atração do Prime Video

Cena da primeira temporada da série 'Cangaço Novo' - Divulgação/Prime Video

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Ubaldo, um pacato bancário de São Paulo, perde o emprego e fica sem dinheiro para custear o tratamento médico de seu pai adotivo. Ele então descobre que herdou um terreno de seu pai biológico, de quem nem se lembra.

Vai ao Ceará, e lá encontra duas irmãs que não conhecia. Dilvânia, muda por causa de um trauma, lidera uma seita que cultua o pai falecido, uma mistura de bandido e líder espiritual. Dinorah é a única mulher de uma gangue que assalta bancos e espalha o terror pela região.

Este é o ponto de partida de "Cangaço Novo", que chegou nesta sexta (18) à Amazon Prime Video. A plataforma não revela números, mas admite que, junto com "Dom", é uma das séries nacionais mais caras que já produziu. E nem era para menos: foram oito meses de gravações no interior da Paraíba, em plena pandemia da Covid-19. Mas o que mais impressiona são as cenas de ação, de uma complexidade inédita no audiovisual brasileiro.


"Seis meses antes das filmagens, eu comecei a me preparar", conta Alice Carvalho, a intérprete da violenta Dinorah, em entrevista por videoconferência. "Treinei hipismo, levantamento de peso, muay thai, jiu-jitsu. Também tive que aprender a manusear armas. Allan e eu ainda praticamos uma coisa chamada direção de precisão, para pilotarmos carros ou motos nas cenas de perseguição."

Allan é Allan Souza Lima, o frei João da novela "Amor Perfeito" (Globo). Um papel radicalmente diferente de Ubaldo, que é obrigado a se juntar à quadrilha liderada por sua irmã. Como todo o elenco, o ator elogia o trabalho da preparadora Fátima Toledo, do coreógrafo de lutas Dani Hu e do coordenador de dublês espanhol Jordi Casares.

A ideia de "Cangaço Novo" surgiu há cerca de 10 anos. A roteirista Mariana Bardan, que na época fazia vídeos de "making of" para a produtora O2 Filmes, entregou ao diretor Fábio Mendonça uma primeira versão do projeto. Ele se encantou na hora. Mariana e Eduardo Melo escreveram os roteiros e, depois de quase uma década de desenvolvimento, o resultado finalmente pode ser conferido.

"Eu já tinha feito muito comercial de carro e algumas cenas de ação em séries que dirigi, mas nada desse tamanho", diz Fábio. "Mas sempre sonhei em fazer algo assim. Quando terminava uma reunião, eu me perguntava: sério que vão me pagar para brincar com tudo isso? Eu ainda vou ganhar dinheiro?"

"Quando me convidaram, eu achei inusitado", afirma Aly Muritiba, o outro diretor de "Cangaço Novo". "Porque os meus filmes são muito dramáticos, é sempre gente sofrendo, chorando, procurando. Mas essa busca tem muito a ver com o personagem do Allan, que lembra alguns protagonistas dos meus longas."

"Mas quando eu me dei conta do tamanho dessa produção, lembrei que eu nunca tinha filmado uma pessoa correndo atrás da outra, quanto mais uma perseguição de carro", ri ele.


Thainá Duarte, a Clara da série "Aruanas", faz a mística Dilvânia, não esconde seu entusiasmo por estar numa série com tantas sequências de ação. "Não é que nós, atrizes, não esperávamos participar de um projeto desse tipo. A gente ansiava por ele! E isso é um progresso. As mulheres estão conseguindo se reconhecer cada vez mais em lugares de poder."

"A minha personagem só tem que dirigir uma Hilux, e isso para mim já foi um grande desafio", acrescenta Hermila Guedes, que encarna Leinneane. "Eu nunca imaginei treinar tanto, mas o ator tem que estar preparado para tudo."

"Quando eu era pequena, via filmes na TV como "Tomb Raider", com a Angelina Jolie, e adorava", conclui Alice Carvalho. "Então, sem nenhum pudor, admito que eu estou realizando um sonho de menina".

"Cangaço Novo" foi a primeira série brasileira a ser exibida no Festival de Gramado, numa sessão realizada na segunda-feira passada (14). A primeira temporada já está disponível na Amazon Prime Video.