Sucessão de escândalos está deixando Neymar com cara de subcelebridade
Vida pessoal do jogador atrai mais mídia que seu mau desempenho em campo
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Na segunda passada (26), o programa "Donos da Bola" divulgou em seu perfil no Twitter uma "agenda" de Neymar –na verdade, um resumo do que o jogador andou aprontando na semana anterior.
Segunda: foi divulgado que traiu a namorada. Terça: assumiu publicamente e pediu desculpas. Quarta: Neymar pai recebeu voz de prisão. Quinta: fez um leilão beneficente em prol do Instituto Neymar Jr.. Sexta: recebeu uma multa de R$ 5 milhões por obra irregular em sua mansão no Rio de Janeiro. Sábado: chá revelação. Domingo: publicidade do cruzeiro "Ney em Alto Mar".
Não foram dias atípicos na vida dos que alguns ainda insistem em chamar de "menino Ney". Na semana que termina agora, a modelo Bruna Biancardi anunciou que a filha que espera do jogador se chamará Mavie; um homem gaúcho, mal de saúde e sem parentes próximos, deixou todos seus bens em testamento para o craque; Neymar pai conseguiu uma liminar que libera a construção do lago artificial na mansão em Mangaratiba; a irmã de Bruna, Bianca Biancardi, criticou Neymar em suas redes sociais.
É mais do normal que uma celebridade atraia atenção da mídia para sua via pessoal. Ultimamente, por exemplo, a imprensa vem reconstituindo todos os passos que Madonna deu antes de ser hospitalizada com infecção bacteriana, além de buscar detalhes da internação da cantora na UTI e de sua recuperação.
Acontece que, no caso de Neymar, há um desequilíbrio flagrante. O jogador foi mal na Copa do Qatar e fez uma temporada pífia no Paris Saint-Germain –time, aliás, onde não conta mais com a simpatia da torcida. Aos 31 anos, não tem mais muito tempo de carreira nos gramados pela frente.
Mas ainda é um influenciador com milhões de seguidores nas redes sociais, contratos publicitários de valores estratosféricos e um estilo de vida quase acintoso, repleto de mulheres lindas, cenários cinematográficos e festas de arromba. Sem falar nos escândalos sexuais que pipocam volta e meia: não faz muito tempo, por exemplo, que o "menino" foi acusado de estupro pela modelo Najila Trindade.
O fato é que Neymar leva a vida com que muitos homens heterossexuais sonham ter. Dinheiro a rodo, sexo à vontade, um golzinho de vez em quando. Não é à toa que tantos marmanjos tenham manifestado apoio, para não dizer inveja, ao casinho que ele teve com a influenciadora Fernanda Campos quando Bruna Biancardi já estava grávida.
Neymar sabe que é sempre perdoado. Por isto, se dá ao desfrute de postar, depois de exposto por Fernanda, um tuíte onde se lê "alguém mais?", acompanhado pelo emoji da carinha que chora de rir.
Com muitos menos gols do que Pelé, ele já acumulou uma fortuna muito maior que a do falecido Rei do Futebol. Os tempos são outros, o marketing é outro. O jogador tem mais do que o suficiente para continuar se esbaldando pelo resto da vida.
Mas já está na hora de Neymar começar a pensar em seu legado. Como ele será lembrado? Como o garoto-prodígio que explodiu no Santos ainda muito jovem, e que deu ao Brasil um craque de primeiríssima linha? Ou como uma promessa não cumprida, já superada por talentos como Mbappé?
A maneira como Neymar faz manha em campo toda vez em que supostamente se machuca, sua leviandade com as mulheres, seu desrespeito às regras e às leis –ele e o pai tentaram o perdão de uma enorme dívida com o fisco, lembram?– tudo isso deixa claro que jamais amadureceu, porque nunca precisou. Será um moleque irresponsável para sempre, pois não há problema que sua fama e sua fortuna não resolvam.
Só que está em vias de se tornar uma subcelebridade, dessas que são mais famosas por serem famosas do que por qualquer contribuição à sociedade.