Tony Goes

A Fazenda 13: Entre semidesconhecidos e figuras repetidas, quem brilha é Adriane Galisteu

Reality da Record se assume como entretenimento trash

Adriane Galisteu - Antonio Chahestian/Record TV

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Nos primeiros dias, A Fazenda sempre provoca emoções contraditórias no espectador. Uma delas aflora desde os primórdios do programa: “quem é essa pessoa que eu nunca vi na vida?”, grita uma parte dos nossos cérebros, sentindo-se desinformada e/ou ludibriada pela produção.

Afinal, o reality da Record sempre se propôs a escalar apenas celebridades para seu elenco. Mas é praticamente impossível encontrar duas dezenas de artistas que todo mundo conheça dispostos a passar perrengues e necessidade por mais de três meses em Itapecerica da Serra. A solução é chamar assistentes de palco, rappers que tiveram um único hit e seja lá o que Deus quiser.

De uns tempos para cá, A Fazenda também se especializou em trazer veteranos de outros realities. A sensação que aflora na gente é “mas esse cara de novo?”. No entanto, esses repetecos fazem sentido se o repetido ganhou seguidores e despertou grandes paixões, pró ou contra. Não é o caso do anódino Bil Araújo, que inexplicavelmente emplacou seu terceiro reality de 2021. O cara foi mal no BBB e no No Limite, ambos na Globo, saindo logo no começo das temporadas, e agora poderá ir mal e sair cedo também de A Fazenda.

No afã de convidar vilões, indispensáveis em qualquer confinamento, A Fazenda também está se tornando a clínica de reabilitação das carreiras descarriladas. Não são só nomes que andavam no ostracismo e buscam uma segunda chance: já faz algumas edições que os peões incluem quem também está padecendo do excesso de mídia, quase toda negativa. A edição do ano passado serviu para Biel limpar um pouco a própria barra depois de inúmeros escândalos, objetivo que este ano cabe a Nego do Borel.

No entanto, a Fazenda acerta em cheio quando traz figuras que entraram há pouco em evidência, mas ainda não foram superexpostas. É o caso da autodeclarada socialite Liziane Gutierrez, que se notabilizou ao protagonizar um barraco numa festa que a polícia tentou fechar por não cumprir os protocolos contra a Covid-19, ou da bela modelo Dayane Mello, que brilhou na mais recente versão do Big Brother italiano.

Por outro lado, soa preguiçosa a escalação da funkeira Tati Quebra-Barraco. Parece uma tentativa canhestra de reprisar a popularidade de Jojo Todynho, a campeã de A Fazenda 12.

Mas ainda é cedo para tirar conclusões. Ninguém se destacou muito na estreia, para o bem ou para o mal, e não dá para apostar em quem vai cair nas graças do público. Alguns sairão já nas próximas semanas, sem ter tido tempo de deixar sua marca. Faz parte.

A vencedora da noite foi mesmo Adriane Galisteu, que mais uma vez demonstrou desenvoltura e agilidade. A reparar, apenas a insistência de apresentadora em querer emplacar gírias próprias: “varandox”, “fazenders”, “Itapecirocks”. É preciso dosar melhor, para ficar orgânico como a “fazendola” de Marcos Mion.

Mesmo com o país pegando fogo aqui fora, A Fazenda 13 não deve discutir temas candentes como racismo, machismo ou homofobia. Galisteu avisou na coletiva que não haverá espaço para debates políticos. Acho ruim, mas também acho bom. A Fazenda não tem prurido em se assumir como entretenimento trash, sem pretensão alguma além de divertir –e, de vez em quando, chocar.