Pyong Lee surpreende ao escapar com folga de paredão que prometia ser acirrado
Sorte, habilidade e torcida organizada ajudam o brother a ficar no BBB 20
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Eu jurava que o Pyong Lee fosse gay.
Não foi só o jeitinho dele que me fez desconfiar. Em 2013, Pyong venceu o Show do Gongo do Festival Mix Brasil, que é todo voltado às artes com temática LGBT.
O Show do Gongo é uma pândega. Funciona assim: os concorrentes inscrevem seus vídeos na hora, e Marisa Orth controla o gongo com pulso de ferro. Depois de 30 segundos de exibição, a plateia pode se manifestar. Se Marisa achar que o povo não está gostando, ela gonga, e o vídeo é sumariamente interrompido e desclassificado. Só os que chegam até o final podem disputar o prêmio, que é decidido por um júri.
Pois bem. Em 2013, apenas dois vídeos evitaram ser gongados, e eram bem fraquinhos. Parecia que o prêmio iria acumular para o ano seguinte. Foi aí que um rapaz de feições orientais implorou que seu trabalho fosse considerado.
Ele havia chegado tarde, depois que as inscrições já estavam fechadas. Todo mundo concordou em lhe dar uma chance, e o resultado foi unânime: “Um Dia em 60 Segundos”, de Pyong Lee, foi o grande vencedor daquele Show do Gongo.
Verdade seja dita: o vídeo em si não é abertamente gay. Mas Pyong desmunheca várias vezes, a história é engraçada e a qualidade técnica era tão superior à da concorrência que o prêmio foi mesmo para ele.
Corta para 2020. Fiquei contente de saber que Pyong Lee é um dos participantes do BBB. O cara tem carisma, alguma lábia e foge bastante do padrão sarado que o programa costuma favorecer.
Depois me surpreendi: como assim, Pyong é casado com uma mulher? E ela está esperando um filho? Pior: apesar do aspecto inofensivo, ele se comporta feito um homem das cavernas quando bebe um pouco, passando a mão e tentando arrancar beijos das meninas!
Beleza, a vida é uma caixinha de surpresas. E poucas coisas me surpreenderam mais do que o paredão dessa terça (3) no BBB 20. Segundo a enquete do F5, a disputa estava acirradíssima entre Pyong e Guilherme. Apenas alguns décimos separavam um do outro, que se revezavam na posição de provável eliminado. Outros sites apontavam para a mesma indefinição. Para o programa, isto é ótimo: aumenta a emoção de quem assiste.
Foi mesmo emocionante ver Guilherme sair com 56,07% dos votos. Pyong teve 43,29%, quase 13 pontos de diferença. Ué, mas a corrida não estava embolada? O que foi que aconteceu?
Bom, na tarde de segunda, começou uma campanha forte contra Guilherme nas redes sociais. Ao contrário dos romances dentro da casa em anos anteriores, o público parecia não ter se comovido com o namoro entre Guilherme e Gabi. Ele seria um macho assediador digno de expulsão, a exemplo de ex-colegas como Chumbo, Petrix, Hadson e Lucas.
Mas peraí, e o Pyong? Ele também não assediou? Não preferiu entrar para o Big Brother do que assistir ao nascimento do filho? Não é um manipulador frio e calculista, mas cuja máscara já caiu para muita gente?
Um Brasil e meio votou neste paredão: foram mais de 400 milhões de votos, o que significa que –dããã– muita gente votou várias vezes. Isso também quer dizer que a torcida do Pyong é muito mais numerosa, articulada e engajada que a do Gui.
Também houve uma certa "forçaçãozinha" de barra na edição, que destacou cenas em que Guilherme estava sendo francamente desagradável, enquanto poupava Pyong. Eu não condeno: acho que, em termos de televisão, é muito melhor que este último permaneça na casa.
Já disseram que Pyong Lee parece ser feito de teflon: nada gruda nele. Também é um cristal multifacetado (olha só que imagem mais gay), que se revela aos poucos e não para de surpreender. Goste-se dele ou não, é preciso admitir que o cara está agitando o BBB 20.