Dá logo o prêmio para a Rachel Sheherazade e encerra A Fazenda 15!
Jornalista parece ser a única pessoa com alguma chance cognitiva de ganhar o programa
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Ninguém assiste a reality show para se formar na faculdade, conquistar um diploma, fechar um contrato. A gente assiste para se distrair, esquecer dos problemas, curtir uns barracos, tomar partido em algumas tretas, torcer por alguém e jogar tempo fora. Ou só para ter assunto nas redes sociais. Sim, porque as redes sociais viraram o grande combustível para garantir audiência para reality shows.
Veja o caso de A Fazenda 15 (Record), por exemplo. Se não fossem os influenciadores, twitteiros, colunistas, comentaristas e demais contratados para comentar e divulgar o programa, a audiência estaria ainda pior do que está. E não é por falta de alcance da emissora, nem esforço da produção ou expertise da direção. É por falta de dois ingredientes básico: elenco e prestígio.
O programa pode ter dinheiro, anunciantes, o que for, mas ir para A Fazenda não é o grande sonho de ninguém. Como sonhar é de graça, o mais provável é que as pessoas sonhem em ir para o BBB.
O segundo problema é o elenco. Quando a lista de A Fazenda 15 foi divulgada, metade dos nomes ninguém conhecia e a outra metade tinha que procurar no Google para confirmar. As exceções eram André Gonçalves e Rachel Sheherazade.
Os outros precisavam de alcunha, explicação, referência a algum fato, meme, treta para acender uma pequena luz e produzir um: "Ah! Sei…". Eventualmente, algumas pessoas podem surpreender, se revelam e servem um bom entretenimento, mas no geral é tudo muito equivocado.
Sorte da Sheherazade, que parece ser a única pessoa com alguma chance cognitiva de ganhar o programa. Tanto assim que já dobrou o número de seguidores e tem conquistado apoio de muitos fãs.
Esses dias, quando soltou a frase de Paulo Freire ("quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor"), ela virou notícia. Embora essa frase seja conhecidíssima, usada em muitos perfis de redes sociais e repetida à exaustão. E, pela reação dos peões, ninguém captou a mensagem. Ou talvez não conheçam Paulo Freire.
Como está na 15ª edição, a direção do programa já sabe como fazer para criar factoides e captar um pouco mais de atenção. Mas seja lá o que ainda vier a acontecer, não vai acrescentar nada à vida do espectador. A Fazenda é, cada vez mais, um "esquenta" para esperar a próxima edição do Big Brother.
Deviam dar logo o prêmio para a Sheherazade, dispensar todo mundo e terminar o programa. Claro que estou exagerando, mas acredite, se A Fazenda acabasse agora, tem gente que sairia ganhando.