A brasiliense Caroline Teixeira, 24, tomou um susto no final de dezembro com a informação de que a final do Miss Mundo 2021, para a qual vinha se preparando, não aconteceria na data programada. O motivo: um surto de Covid entre misses e a equipe do concurso, que acontecia em Porto Rico. Passados dois meses, a Miss Brasil agora prepara-se para retornar ao país caribenho e finalmente disputar o título, em 16 de março.

"Logo no início fiquei angustiada e muito triste, pois havia criado muita expectativa para a grande final. Além disso, minha família estava em Porto Rico e, pelo que já havíamos ensaiado, seria um espetáculo lindíssimo que todos iriam deixar de presenciar", contou ela em bate papo exclusivo com a coluna.

Apesar disso, segundo diz, o clima geral entre as misses era de muita amizade e companheirismo. "Fomos divididas por times e, dentro do meu, que é o ‘Green team’, fizemos amizades sinceras, sem aquele clima de competição ou animosidade", afirma ela, que é formada em direito e também atleta.

Representante do Brasil na competição, que chega a sua 70ª edição, Carol tinha participado de todas as etapas preliminares, e se sentia pronta para trazer a coroa azul de volta ao país. Afinal, já fazem 50 anos desde que a carioca Lúcia Petterle foi a primeira e única Miss Brasil a vencer o certame internacional, em 1971.

"O que mais marcou foram as muitas emoções diferentes em um curto espaço de tempo, logo às vésperas da final. Tivemos um ensaio geral repleto de emoção e orgulho seguido de emoções opostas, quando soubemos que ou o show seria sem a presença física de público ou seria cancelado", relata. "Gravamos então o show inteiro, que mesmo assim ainda estava mantido para o dia seguinte. Daí o resto todos já sabem: houve o anúncio do cancelamento e adiamento. Imagine só meu coração".

Com a nova data chegando, Carol afirma que vai retornar ao concurso mais confiante do que nunca. Um dos motivos é o tempo maior que teve para se preparar, levando em conta a base mais estruturada da vivência profunda da competição em dezembro.

"Nós nunca estamos totalmente preparados para algo, mas o importante é buscar se aperfeiçoar. A evolução sempre vai existir, então tenho certeza de que estou mais preparada e pronta para dar o meu melhor e buscar essa coroa para o Brasil. Passei as últimas semanas intensificando ainda mais meus estudos em inglês, uma vez que ainda vou ser entrevistada pelos jurados, etapa que garante a classificação final", detalha.

Outro ponto importante é que Carol leva consigo na bagagem uma classificação garantida, anunciada recentemente. Em divulgação virtual, ela entrou no primeiro corte do concurso, que selecionou 40 das 97 misses para avançar, levando-se em conta 15 vencedoras das provas "Fast-Track" e 25 escolhas do júri técnico.

"É um feito grandioso diante de um concurso longo e renomado, onde se analisam diariamente as candidatas. Me dediquei bastante para as provas preliminares e procurei ser eu mesma durante todo o tempo, agindo com naturalidade e sem perder a minha essência. Fui bem preparada e estava segura e confiante, o que facilitou o resultado positivo. Continuo me sentindo confiante e acredito que o fato de já conhecer o ambiente e as outras misses facilitará ainda mais a minha performance."

Ela ainda continua: "Me sinto pronta para ser a Miss Mundo, mas consigo enxergar que o importante é a trajetória, as ações sociais que venho fazendo e minha dedicação, sabendo que a coroa é uma só e perder é a maior possibilidade. Me sinto pronta para aceitar os propósitos que Deus tem para minha vida, tenho muito a agradecer a todas as bênçãos recebidas", conclui.

Esta é a primeira vez que o Miss Mundo acontece nem um país latino. Nas edições anteriores, os países sede foram do eixo Europa-Ásia. A disputa internacional, bastante popular nos continentes asiático, europeu e africano, acontece depois de um hiato de mais de dois anos —a última edição foi em dezembro de 2019. A organização optou por não fazer evento em 2020, justamente por causa da pandemia.

Diferente do Miss Universo, que realiza todas suas etapas em cerca de uma semana, o Miss Mundo tem duração aproximada de um mês. Para se ter uma ideia, a Miss Brasil embarcou rumo ao confinamento no dia 20 de novembro.

O SURTO DE COVID

A organização do Miss Mundo informou em 16 de dezembro, poucas horas antes da final, que após "se reunir com os virologistas e médicos especialistas contratados para supervisionar o evento e discutir com o Departamento de Saúde de Porto Rico, foi tomada a decisão de adiar a transmissão global do concurso, a ser realizada nos próximos 90 dias".

Sites especializados apontaram, na ocasião, que no grupo dos doentes estavam a atual Miss Mundo, a jamaicana Toni-Ann Singh, 25; e a CEO da Miss World Organisation, a filantropa inglesa Julia Morley, que é do grupo de risco por ter 82 anos.