A presença de Jesus Cristo na novela das seis da Globo contraria com consistência a imagem padrão do personagem, historicamente retratado como alguém de pele e olhos claros, cabelos escorridos e lábios rosados, tipo físico que não orna com a região e o tempo em que viveu. Negro, o pequeno Marcelino (Levi Asaf) enxerga o filho de Deus como ele em "Amor Perfeito", folhetim de Duca Rachid e Júlio Fischer, escrita com Elísio Lopes Jr..

Em cenas previstas para irem ao ar nesta quinta-feira (11), o garoto ficará à beira da morte depois de ser picado por um escorpião no sótão da Irmandade, deixando todos da cidade aflitos, especialmente Marê (Camila Queiroz), Orlando (Diogo Almeida) e os religiosos. No hospital, a piora do estado de saúde do menino alarma a todos e o médico autoriza que Marê o visite.

Ela então deixará a medalhinha de São Jacinto com a criança, a mesma que ela colocou nele ao nascer. No momento mais crítico, Marcelino sonha e tem um misterioso encontro com Jesus (Jorge Florêncio), que diz que ele precisa confiar na força do amor emanada pela medalhinha, pois será esse sentimento que irá curá-lo.

Florêncio já surgiu em cena no capítulo 3 e volta a aparecer só agora, mas sua figura será desvendada aos poucos na novela, deixando claro ao público, por meio de mãos e outros relances, que se trata de um Cristo preto, característica que o aproxima da provável fisionomia de Jesus e, ao mesmo tempo, reflete a identidade de seu pequeno devoto.

A novela é livremente inspirada no livro "Marcelino Pão e Vinho", de José María Sánchez Silva, lançado em 1953.