Elenco do 'Castelo Rá-Tim-Bum' se emociona com homenagem a Dr. Vitor
TV Cultura reúne atores, diretor e músicos em especial que relembra o processo de criação da série
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O anúncio sobre um reencontro inédito entre os atores do "Castelo Rá-Tim-Bum" já prenunciava que faltaria alguém fundamental nesse revival. A morte de Sérgio Mamberti em setembro de 2021 deixaria vago o espaço reservado ao Dr. Vitor, patriarca do Castelo, mas quase ao fim da edição especial, eis que o personagem apareceu.
Tio Vitor, assim chamado por Nino (Cássio Scapin), ressurge na figura de Carlos Mamberti, filho de Sérgio, devidamente caracterizado como o personagem mais famoso de seu pai, como constatou a coluna, que teve acesso ao especial já gravado.
A presença dele surpreendeu todo o elenco que se distribuiu no palco do teatro onde atores, músicos e o elenco e o diretor Cao Hamburger conversaram sobre o processo de criação dos personagens e o legado deixado por cada um ao longo de 29 anos.
"Os atores não sabiam, foi uma surpresa", disse Hamburger logo após a entrada de Tio Vitor. Cássio Scapin, o Nino, e Cinthya Rachel, a Biba, não esconderam as lágrimas, enquanto Angela Dippe, a Penélope, segurou o choro.
O time presente contou ainda com Rosi Campos, a Morgana, Fredy Állan (Zequinha), Fernando Gomes (manipulador dos bonecos Gato e Relógio), Álvaro Peterson (manipulador da Celeste e do Godofredo), Enrico Verta (o Mau), Eduardo Silva (o Bongô), Patricia Gaspar (Caipora), Pascoal da Conceição (Dr. Abobrinha), as Passarinhas Dilma Souza e Ciça Meirelles, as Fadinhas Fafi Prado e Teresa Athayde, além de André Abujamra e Hélio Ziskind, responsáveis pela bela trilha sonora da série.
Faltou Luciano Amaral, o Pedro, hoje funcionário da Disney via ESPN, e Marcelo Tas, o Telekid, que sempre aparecia para rebater o "porque sim" ouvido por Zequinha diante de tantas curiosidades do pequenino. "Porque sim não é resposta", dizia ele.
Cao explicou que Rosi e Mamberti foram convidados a fazer parte do projeto. A partir dos dois, o elenco foi sendo formado a partir de testes. Scapin lembra como projetou, já adulto, a figura de uma criança, para que Nino falasse de igual para igual com Zequinha, Biba e Pedro. Mas, nesse processo, ele era o mais infantil dos quatro.
Abujamra e Zinskind deram pistas instigantes sobre a criação da ótima trilha sonora. E até quem não esteve no palco do teatro, como Henrique Stroeter e Flávio de Souza, criador da série, participaram da conversa, ao lembrarem dos dois cientistas que pontuavam o enredo com informações úteis à plateia.
Eduardo Silva rememorou como era relevante a presença de quatro negros no elenco, longe de papéis estereotipados, há quase 30 anos, quando isso era raríssimo e ninguém estava atento a qualquer política de diversidades. E revelou que muita gente viu nele uma referência na TV.
Angela Dippe também disse que muitas jornalistas vieram lhe contar que escolheram a profissão em função de sua Penélope, e não esconde que a personagem tinha, sim, um olho na Penélope Charmosa da icônica animação "Corrida Maluca".
E Álvaro Peterson confessou que tirou a voz da Cobra Celeste de Bia Rosenberg, supervisora da programação infantil da época, enquanto ela conversava com ele sobre o tom da personagem, que recebeu também uma inspiração dos cacoetes de Costinha.
Dado o sucesso que o "Castelo" fez em sucessivas reprises, sendo o programa de linha que certamente mais audiência rendeu à TV Cultura, e lembrando ainda das imensas filas formadas nas exposições de cenários e figurinos do programa, esse é um encontro modesto em produção, mas rico em detalhes capazes de interessar a fãs de gerações diversas.
A iniciativa foi chancelada sob patrocínio da Oreo, e a edição, que vai ao ar na noite deste sábado (25), às 22h, após o Jornal da Cultura, estará disponível no canal da marca no YouTube e nas redes sociais da emissora.