Rodrigo Constantino condiciona permanência na Jovem Pan à saída de comentaristas
'Correu para o colo do papai', disse Cesar Calejon, após desafiar no ar comentarista que mora em Miami
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Após ser desafiado por Cesar Calejon a sair de Miami e vir defender presencialmente os manifestantes que pedem intervenção militar na porta de quartéis, no Brasil, Rodrigo Constantino se reuniu com a direção da Jovem Pan para condicionar sua permanência na emissora à ausência de Calejon.
O próprio Constantino gravou em vídeo que "o recado está dado", referindo-se à ausência no programa do dia seguinte não só de Calejon como de Léo Grandini, que também o confrontou no ar e viu Constantino abandonar o link de sua transmissão depois de ser contestado.
"Pra não achar que eu vou dar corte pra petralha ficar lacrando nas redes sociais, que eu tô fora, o recado tá dado e foi bem claro. Tanto é que amanhã eu estou no programa, o 'Caneloni' não está, o 'Dirceuzinho' não está", disse Constantino em vídeo publicado em suas redes sociais e replicado por outros perfis, fazendo chacota do nome de Calejon e traçando uma referência entre Grandini e o petista José Dirceu.
Calejon não foi demitido porque não era contratado, mas disse à coluna que vinha conversando sobre uma possível contratação com a direção da Jovem Pan após ter participado de vários programas da emissora nos últimos 20 dias.
Na segunda-feira, 14, Calejon disse a Constantino duranteo o programa Três em Um: "Se quer comentar o caos no país, pegue um voo e venha para o Brasil, Rodrigo Constantino. Fazer isso via TV em Miami é cínico demais [...] a tua fala incorre em irresponsabilidades que encaminham o país para o colapso [...] o que você vai ter em seguida são assassinatos."
Constantino se irritou e o tom entre os dois subiu: "Como?", questionou.
A situação de Grandini na Jovem Pan não está clara. Ele deve seguir na emissora, mas não mais participar de programas ao lado de Constantino.
Procurada, a Jovem Pan não se manifestou oficialmente. A coluna conversou com profissionais da emissora que não quiseram se identificar. Procurado, Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, presidente da Jovem Pan, não se manifestou.
"O que ele efetivamente disse é que eu o Grandini não estaríamos mais no ar e que ele estaria no ar", endossou Calejon à coluna. No Twitter, o comentarista acusou Constantino de "correr para o colo do papai", numa referência a Tutinha.
"Achei bastante ingênuo alguém que se diz um intelectual pedir a demissão de outros profissionais e registrar isso em vídeo", disse Calejon.
Em entrevista ao site ICL na manhã desta quinta, 17, Calejon disse que a Jovem Pan se tornou uma emissora chapa branca do governo Bolsonaro, mas sublinhou que nunca ninguém o pautou ou o orientou para falar ou deixar de falar algo no ar.
Calejon participava como convidado do programa Três em Um, onde ocorreu o embate com Constantino, e esteve em outros programas da casa, como o Linha de Frente, mediante pagamento de cachê, já que não tinha contrato firmado com a Pan.
O conflito com Constantino ocorreu na segunda-feira. Calejon foi informado de que não participaria mais dos programas pela direção da Jovem Pan no fim da tarde de quarta, 16.
Ainda na quarta, Constantino havia abandonado o programa após ser contestado por Grandini no ar.