Twitter aplaude dueto de Gabriel e Almir Sater em 'Pantanal'
Longa sequência com pai e filho trouxe show de cordas e encantou o público
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Quase sete minutos de um dueto de cordas em pleno horário nobre na TV, sem uma palavra e feito apenas à base da troca de olhares, é uma eternidade. Mas o tempo congelou para quem acompanhou a longa sequência entre pai e filho na novela "Pantanal", no capítulo desta segunda-feira (9), com Almir e Gabriel Sater a duelar em um balé de cordas entre dedos.
Gabriel interpreta Xeréu Trindade, papel que foi de Almir há 32 anos e que o projetou para a fama nacional em 1990. Nascido em Campo Grande, o pai se tornou dono da fazenda que serviu de base para as gravações da novela de Benedito Ruy Barbosa na extinta Rede Manchete, agora novamente utilizada para abrigar o remake.
Nem é preciso dizer que isso faz de pai e filho os dois nomes deste elenco com maior intimidade com a região que dá nome à novela agora reescrita por Bruno Luperi, neto do autor da obra original.
No Twitter, o nome de Almir foi parar no topo dos assuntos mais comentados na noite desta segunda, e houve quem fizesse enquetes sobre a preferência do público por pai ou filho na arte da sedução.
Em 1990, Almir foi levado à novela por Sérgio Reis, que foi quem inspirou Ruy Barbosa a escrever "Amor Pantaneiro", nome da sinopse original de "Pantanal", quando ainda havia sido oferecida à Globo. A rede dos Marinhos rejeitou a ideia de Ruy Barbosa e a história foi parar no colo da Manchete, fazendo de "Pantanal" a novela de maior audiência fora da Globo no Brasil.
TAL PAI, TAL FILHO
Ao perceber que o músico conquistara uma legião de fãs, a direção da Manchete propôs matar Trindade em "Pantanal" para liberar Almir rumo ao protagonismo da novela seguinte, "A História de Ana Raio e Zé Trovão", ao lado de Ingra Liberato.
Sem prazo para amadurecer a ideia, ele entrou na rota da fama e topou a proposta, mas, quase ao fim de "Ana Raio", Almir teve um esgotamento físico com aquele vaivém de gravações de uma novela itinerante, que percorria várias regiões do país, e deu literalmente um perdido na produção da trama: enquanto gravavam em São Paulo, ele avisou a equipe de produção, ainda no hotel, que iria mais tarde para o set. Ao entrar no carro que o levaria às gravações, pouco depois, pediu ao motorista que tocasse para o aeroporto, de onde decolou para o Mato Grosso do Sul.
Estava exaurido. Deu-se uma semana de folga. Ao voltar, ouviu do diretor Jayme Monjardim que ele havia "matado Zé Trovão". Mas tudo foi contornado e o músico retornou à cena.
Agora, Almir é tratado como o grande anfitrião do remake de "Pantanal". Foi ele quem ciceroneou, ao lado da mulher, Ana Paula, todo o elenco e equipe da Globo, dando as coordenadas sobre locações, cuidados com a região, distâncias e meios de transporte no local. Até a própria caminhonete Almir emprestou para as cenas da novela, onde interpreta agora o chalaneiro Eugênio.
E já que a Globo não tem pressa de aproveitar Gabriel Sater na novela a seguir, como aconteceu com Almir há 32 anos, espera-se que Trindade, que se anuncia como "o filho do diabo" ou "do cramulhão", um clássico do universo de Benedito Ruy Barbosa, não morra precocemente em "Pantanal". A audiência tem aplaudido o rapaz com entusiasmo, desde o pessoal interessado em viola até o time disposto a tietar os belos olhos do herdeiro de Almir Sater, músico como o pai.