'Abe', com Seu Jorge e astro de 'Stranger Things', quer reconectar a brasilidade
Comédia dramática estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta
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Um jovem do Brooklyn aspirante à chefe de cozinha e com o objetivo de unir sua família embala o enredo principal da comédia dramática “Abe”. O filme do brasileiro Fernando Grostein Andrade, 40, chega nesta quinta-feira (5) aos cinemas do país e promete deixar quem assistir com um pouco de fome e muitas reflexões.
A trama conta a história de um filho de mãe judia e pai palestino, Abe (Noah Schnapp). O jovem decide fazer aulas de culinária para reunir sua família, dividida pelas religiões, com a gastronomia, e então encontra o chefe de cozinha brasileiro Chico (Seu Jorge). “A gastronomia não tem o poder de acabar com guerras, mas ela tem o poder de criar as condições necessárias para o diálogo”, diz Andrade.
O filme foi lançado em 2019 no Festival Sundance de Cinema, nos Estados Unidos, e então rodou mais de 30 países carregando a história marcada por “ingenuidade e delicadeza”, como diz a sinopse. “Espero que esse filme, através da gastronomia, da música e desse elenco incrível, seja capaz de nos reconectar com a nossa brasilidade.”
Com grandes nomes no elenco, como o cantor Seu Jorge, 51, o ator Noah Schnapp, 16, de Stranger Things, e Mark Margolis, 81, de Breaking Bad, o também roteirista relembra com alegria a experiência de dirigir o set.
Ele conta que era fã de Stranger Things e que se surpreendeu com o profissionalismo de Schnapp, que na época tinha 13 anos. “[Schnapp] chegava ao set sempre estudado, ficava até uma da manhã estudando o roteiro, todos os dias, segundo a mãe dele”, relembra.
O diretor também exalta o músico dono de sucessos como “Amiga da Minha Mulher” (2011) e “Quem Não Quer Sou Eu” (2011). “Ele representa o Brasil no filme”, afirma, “o Brasil que tem um músico e ator maravilhoso como o Seu Jorge, uma pessoa que é exemplo de resistência e heroísmo”. O artista afirmou que “estava nas nuvens, dirigindo duas estrelas que eu tenho muita admiração”.
Andrade comenta que o projeto tem como objetivo apresentar o Brasil cultural, além de estereótipos. Para ele, foi importante que o filme tenha passado por outros países porque apresentou a culinária e a música brasileira. “É um filme que apresenta a brasilidade de uma forma diferente”, afirma o diretor, que trabalhou em "Carcereiros" (Globo), em entrevista ao F5.
Ele comenta que, apesar de ser um filme falado em inglês, tem na trilha sonora nomes como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Sabotage. Andrade relembra que começou a trabalhar no projeto há 13 anos e que enxerga que o momento em que o filme chega ao Brasil é de privilégio, já que as salas de cinema voltaram a abrir.
O diretor pontua ser necessário seguir os protocolos para com a Covid-19, como distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel. “Nós que fazemos filme queremos ver no cinema, na tela grande”, diz. Ele ainda acrescenta que quando começou a trabalhar neste filme nunca imaginou "que o mundo iria estar tão polarizado e dividido como está hoje”.
Para o diretor, o filme trata de forma leve e divertida, embora profunda, a questão de dialogar em tempos de diferença. “Acho que, se formos olhar o mundo, de alguns anos para cá, andou para trás… E o que está faltando é resgatar nossa humanidade”, reflete o artista, meio-irmão do apresentador Luciano Huck, 49.