Johnny Depp vence processo de difamação contra Amber Heard
Atriz terá que pagar R$ 40 milhões ao ex-marido por acusá-lo de agressão
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Após seis semanas de julgamento com evidências e testemunhas, o júri decidiu a favor de Johnny Depp, 58, na ação de difamação que ele movia contra a ex-mulher Amber Heard, 36, que o acusava de violência doméstica. A leitura do veredito aconteceu na tarde desta quarta-feira (1º), terceiro dia de deliberação.
A leitura foi feita diante de Heard, que acompanhou ao lado de seus advogados e manteve os olhos baixos e feições de choro o tempo todo. Depp não compareceu devido a compromissos que já tinha estabelecido no Reino Unido. Ele chegou a se apresentar duas vezes com o guitarrista Jeff Beck os últimos dias.
Pela decisão, Depp deveria receber US$ 10 milhões (R$ 48,1 mi) em danos compensatórios e US$ 5 milhões (R$ 24 mi) em danos punitivos. Mas a atriz ganhou parte do processo e, por isso, receberia US$ 2 milhões (R$ 9,6 mi), pelo advogado de Depp tê-la acusado de inventar uma história para os policiais sob a direção de seu advogado e publicitário.
Segundo o site TMZ, além disso, a juíza do caso reduziu a indenização punitiva de US$ 5 milhões para Johnny, já que a lei da Virgínia limita os danos punitivos nesses casos. Como resultado, a indenização que o ator deverá receber da atriz ficou em US$ 8,35 milhões (R$ 40,1 mi).
A decisão foi tomada por sete pessoas —homens e mulheres; brancos, negros e asiáticos; entre 20 e 50 anos— que formavam o júri. Eles foram escolhidos por terem sido considerados isentos pelos advogados dos dois times. A juíza Penney Azcarate acatou um pedido de Amber Heard e decidiu que a identidade dessas sete pessoas será mantida em segredo por um ano.
O julgamento público começou no dia 11 de abril em um tribunal de Virgínia, nos EUA. O astro de "Piratas do Caribe" processava a ex-mulher por difamação, após ela acusá-lo de agressão. Enquanto Depp queria receber US$ 50 milhões (cerca de R$ 238 mi), Amber contra-atacava e pedia o dobro, US$ 100 milhões (cerca de R$ 476 mi).
Embora os holofotes em cima do caso tenham sido ligados apenas agora com cobertura em tempo real, a briga entre os dois, que se conheceram em 2009 durante as filmagens do longa "Diário de um Jornalista Bêbado", começou em 2018. Foi depois que ela escreveu um artigo de opinião no Washington Post sobre ser uma sobrevivente de violência doméstica. Ela não citou o nome de Depp, mas ele se sentiu atingido.
Nos depoimentos em tribunal, o que se viu foram visões opostas sobre o que foi a vida conjugal dos dois. Foram expostas mensagens de texto do ator para amigos, gravações de brigas do casal, supostas traições de Amber com James Franco e Elon Musk, foto do dedo decepado do ator durante uma briga, marcas que seriam de agressões no corpo da atriz e até acusação de que Amber defecou na cama que dividia com Depp.
Nos relatos, a cada dia, tanto um quanto o outro faziam acusações de violência mútua, verbais e físicas. Além disso, os dois reclamaram que toda essa polêmica teria afetado suas carreiras. Um abaixo-assinado para tirar Amber de "Aquaman 2" recebeu mais de 4 milhões de assinaturas, e a equipe de Depp afirmou que ele perdeu oportunidades em filmes, como a sequência de "Piratas do Caribe" e ficou com imagem arranhada.
Amber batia na tecla de que Depp abusava de álcool e drogas e, com isso, ficava violento. Em resposta, o ex-marido dizia que era ela quem o abusava física e emocionalmente até o ponto em que ele reagia. O embate entre os dois mobilizou até a classe artística que tomou partido por um ou outro.
Entre as testemunhas que marcaram presença estiveram a ex-namorada de Depp nos anos 1990, Ellen Barkin, que disse que ele já tinha um comportamento ciumento e controlador naquela época. Já a atriz Kate Moss, com quem ele também teve um romance, negou que tenha sido empurrada por ele de uma escada, como deu a entender Amber. Um psicólogo, convocado pela equipe de Depp, testemunhou que Heard sofria de dois transtornos de personalidade.