Celebridades

Paulo Gustavo doou R$ 500 mil para proteção da Covid a Irmã Dulce

Ator era grande benemérito de instituição dedicada a ela em Salvador

Paulo Gustavo com a imagem de Santa Dulce - Instagram/@paulogustavo31

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Salvador

Devoto de Santa Dulce dos Pobres, primeira mulher nascida no Brasil canonizada pelo Vaticano, o ator Paulo Gustavo fez uma doação de R$ 500 mil para a compra de máscaras, testes e outros equipamentos de proteção para funcionários das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador.

O humorista, que morreu nesta terça-feira (4) vítima da Covid-19, era sócio benemérito das Obras Irmã Dulce desde 2017. Ele fez doações que chegam a R$ 1,5 milhão à instituição.

O primeiro contato aconteceu em junho de 2017, quando o ator telefonou para a superintendente da instituição e sobrinha de Irmã Dulce, Maria Rita Pontes, querendo contribuir com a entidade.

Na época, a instituição estava com uma campanha em curso para angariar fundos para a construção de uma unidade oncológica. Ao invés de pagar uma das cotas –em faixas que iam até R$ 30 mil– o ator doou R$ 600 mil, todo o dinheiro necessário para concluir a primeira etapa da obra.

Os recursos foram depositados dois dias depois do primeiro telefonema. Um mês depois, ele desembarcou em Salvador e participou de um ato simbólico que marcou o início da construção da unidade. Cercado de pedreiros e encarregados da obra, gravou um vídeo manejando uma pá e simulando o início da obra.

Na ocasião, ele ainda visitou o santuário destinado à freira baiana, que foi canonizada em 2019, e a Capela das Relíquias, onde fica o túmulo da religiosa.

A primeira etapa da Unidade Dona Dulce Lopes Pontes, batizada em homenagem à mãe de Irmã Dulce, foi inaugurada em dezembro de 2017. Tem capacidade de acolher a até 30 pacientes oncológicos.

No ano seguinte, ele fez uma nova doação de R$ 386 mil para financiar a compra de 33 monitores cardíacos para o Hospital Santo Antônio, principal unidade de saúde gerenciada pelas Obras Irmã Dulce.

Em março de 2020, após o início da pandemia, telefonou para Maria Rita Pontes dizendo estar preocupado com os trabalhadores e pacientes das cobras sociais. Fez uma doação de R$ 500 mil para a compra de equipamentos de proteção individual, com máscaras, além de testes para Covid-19.

A visita a Salvador estreitou a relação do ator com a instituição filantrópica. Mas a admiração do ator por Irmã Dulce vem desde antes.

Ele conheceu a trajetória da religiosa após assistir no cinema a cinebiografia “Irmã Dulce”. Após sair da sessão do filme, Paulo Gustavo escreveu uma mensagem destacando a história da freira baiana.

“Se todos nós fossemos 1/3 do que a Irmã Dulce foi para o povo baiano, o mundo seria muito, mas muito melhor”, disse.

No dia em que soube que seria intubado, o ator mandou uma mensagem para Maria Rita Pontes pedindo pela interceção de Santa Dulce para que curasse o seu pulmão.

Durante o internamento de Paulo Gustavo, Déa Lúcia Amaral, mãe do ator, publicou nas redes sociais um desenho do filho ao lado de Irmã Dulce, pedindo pela sua recuperação. "Santa Dulce dos pobres, interceda junto a Jesus para a cura de Paulo Gustavo e de todos os doentes. Fim da pandemia", escreveu ela na legenda da imagem.

Dona Hermínia, da série de filmes "Minha Mãe É uma Peça", é a personagem mais famosa criada por Paulo Gustavo, e foi inspirada em Déa.

Paulo Gustavo estava internado na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital no Rio de Janeiro desde o dia 13 de março com Covid-19.

Uma semana após a internação, ele teve de ser intubado porque estava com dificuldade para respirar. No dia 2 de abril, piorou e precisou da ajuda de uma espécie de pulmão artificial. Um mês depois, teve uma embolia gasosa que se espalhou em decorrência de um rompimento do tecido do pulmão.

As Obras Sociais Irmã Dulce foram criadas há 62 anos e são uma das principais instituições filantrópicas do país. Sua sede fica região da Cidade Baixa, em Salvador, mas seu alcance da sua atuação atinge outros bairros capital baiana, outras cidades e até outros estados do país.

A entidade tem 964 leitos hospitalares, faz mais de 3,5 milhões de atendimentos e movimenta cerca de R$ 190 milhões por ano, sobrevivendo de convênios, parcerias e doações.