Felipe Prior quer provar inocência e voltar à TV: 'Tudo tem um propósito'
Arquiteto fala sobre desejo de cobrir Olimpíada e escrever livro de memórias
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Felipe Prior, 28, está cansado. Após um dia acompanhando a obra na casa dos pais em Atibaia (a 64 km de São Paulo), ele atende à videoconferência para conversar com o F5, sem camisa e jogado no sofá. "Meu ganha-pão sempre foi a arquitetura", afirma. "Por causa da pandemia, tudo está mais difícil, os preços dos materiais estão variando muito, mas tenho uma clientela legal."
A casa que está fazendo para pais ele quer usar como portfólio. "Vai ser de alto padrão", afirma. Ele também possui um terreno na mesma cidade, onde pretende executar um projeto, da fundação ao acabamento, em 30 dias. "Depois, vou abrir as portas para as revistas a canais de comunicação", antecipa.
A vida de ex-Big Brother Brasil está menos agitada do que o esperado. As presenças VIPs não podem ocorrer por causa do isolamento social. Restaram as postagens patrocinadas nas redes sociais, onde ele soma cerca de 7 milhões de seguidores. Ele acredita, porém, que deveria ter mais destaque nessa área.
"Não é que não ganhei dinheiro, eu sou uma pessoa que movimenta as redes sociais, quase todo o dia estou nos trending topics, trago retorno, engajamento", avalia. "As minhas referências são artistas como Caio Castro, Felipe Titto e Leo Picon, me vejo muito atingindo as marcas que eles trabalham. Porém, tem essa restrição de marcas grandes de trabalharem comigo, mas não vou ficar depressivo e me vitimizando. Tudo tem um propósito."
O paulistano avalia que essa restrição se deve às acusações que pesam sobre ele na Justiça após denúncias que surgiram enquanto ele estava no BBB 20 (Globo). Duas mulheres, cujos nomes não foram divulgados, disseram ter sido abusadas sexualmente por ele, em 2014 e 2016. Uma terceira diz ter sofrido uma tentativa de estupro em 2018.
Apesar de não ter sido indiciado no inquérito policial feito pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo, concluído em 4 de agosto, ele virou réu após o juiz acolher a denúncia oferecida pelo Ministério Público em junho de 2020. O processo corre em segredo de Justiça.
Prior, que se declara inocente, afirma que gostaria que o caso fosse julgado logo. Ele diz acreditar que só quando for inocentado poderá ter novas oportunidades —e voltar a ter paz. "Todo dia eu penso como era a minha vida antes", conta. "Hoje estou fazendo terapia para entender melhor tudo isso."
Mesmo assim, ele avalia que teve mais pontos positivos que negativos advindos de sua participação no programa de confinamento da Globo. E diz que gostaria de participar de outros reality shows quando suas pendências judiciais estiverem resolvidas.
Para a nova versão do No Limite, ele afirma que não houve nenhum contato por parte da produção. O reality deve estrear na Globo ainda neste primeiro semestre, com elenco formado exclusivamente por ex-BBBs.
"Eu quero muito participar de outro reality show", diz. "Mas não vou fazer isso enquanto não sair a minha inocência no processo. Eu não estaria sendo correto com os meus familiares. Não entraria para continuar sendo julgado por algo que não fiz. Prefiro provar a minha inocência e, aí sim, jogar."
Se rolasse o convite, ele toparia até mesmo voltar para "a casa mais vigiada do Brasil". "É que nem jogo de futebol, não desceu bem a derrota", compara. "Eu entraria para ganhar, muito mais bem preparado, porque na minha edição demorei um tempo para me adaptar."
Enquanto isso não ocorre, ele segue investindo em si mesmo. Há cinco meses, criou um canal no YouTube para ir treinando suas habilidades de comunicador. "Gosto de tirar as pessoas da zona de conforto, gravei com o jogador Falcão, por exemplo, pulando de paraquedas", diz. "É um produto bem vendável, com mais produção dá para encaixar em algum canal de TV."
"Sou totalmente voltado para os esportes, uma das minhas metas é cobrir uma Olimpíada e uma Copa do Mundo", avisa. "Já estou participando de alguns programas na parte esportiva, acredito que as portas podem se abrir."
Prior também gostou da experiência de ser modelo. "Gostei bastante, não tinha feito antes, o fotógrafo disse que sou fotogênico", comemora. "Eu não tenho vergonha, tirei com o público me olhando, quem ficava sem jeito eram as pessoas."
Ele diz que toparia até um ensaio de nudez, como os que diversos ex-BBBs protagonizaram na extinta G Magazine. "Seria uma honra, até o Vampeta fez", lembra. "Pagando bem que mal tem?"
O arquiteto antecipa que tem a vontade de escrever um livro sobre a trajetória dele no BBB, bem como no que ele e a família viveram quando ele saiu da casa. "Eu não anoto nada, está tudo na minha cabeça", explica. "O que eu vivi não se apaga."
A mensagem do livro, apesar dos percalços, deve ser positiva. "O negativo bate em mim e cai", afirma. "Sempre que penso nos meus problemas concluo que isso aí não é nada. Tem gente com problema muito pior, vou reclamar da minha vida? A gente tem que começar a viver o positivo das coisas."
Sobre o BBB 21, ele diz que acompanha o programa quando pode. "Comecei a assistir porque as pessoas voltaram a pedir o Prior no BBB", orgulha-se. "Eu dava um pouco de entretenimento, que é o que falta no programa deste ano. Tem que saber dividir o jogo da festa."
Prior diz não torcer por ninguém da atual edição, mas lembra que cada programa tem a própria dinâmica. "Em épocas diferentes existiram coisas que hoje seriam tachadas como erradas, atitudes que gerariam cancelamento", avalia.
Apesar de ter contato com muitos ex-colegas da edição, ele diz que nem todos querem ser associados a ele. "Muitas das meninas não querem ser vistas comigo pelo que está acontecendo, é negativo vincular a imagem a mim pelo processo", lamenta.
Porém, ele continua muito amigo de Babu Santana, com quem formou uma parceria improvável durante o confinamento. E também já "trocou ideia" com participantes que já saíram da atual temporada, como Lucas Penteado e Bil Araújo (Arcrebiano).
O ex-BBB afirma que não viu diferença no tratamento de quem estava na casa como Pipoca ou Camarote. "Se eu tivesse visto isso, eu tinha pedido para sair", afirma. "Todo mundo tem que ter os mesmos direitos. Agora, quem é Camarote entra com muitas vantagens, e com mais tempo para se preparar."
"A própria Manu Gavassi teve tempo de fazer vários vídeos", lembra, referindo-se à participante que o eliminou. O Paredão que eles disputaram teve mais de 1,5 bilhão de votos, o recorde de todas as versões do Big Brother no mundo —Mari Gonzalez, que estava na berlinda, teve menos de 1% dos votos na ocasião. "Eu fui na raça e no coração", compara. "Fiz um bom jogo com as condições que eu tinha."
Mesmo sendo um dos participantes mais polêmicos de todos os tempos, ele diz que não se considera um vilão de sua edição. "Vilão para mim é uma pessoa ruim", explica. "Eu me considero um dos protagonistas da minha edição. Se bem que, muitas vezes na novela, eu torço pelo vilão (risos)."