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Globo vive descontrole de aproveitamento de seu elenco, afirma Boni

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Malvino Salvador aparece na Globo às 16h, em "Caras & Bocas", e às 21h, em "Amor à Vida".

Flávia Alessandra também protagoniza a nova reprise do "Vale a Pena Ver de Novo" e, três horas depois, estrela a trama das 19h, "Além do Horizonte".

Walcyr Carrasco é o primeiro autor a ter três novelas exibidas ao mesmo tempo na emissora: "O Cravo e a Rosa", "Caras & Bocas" e "Amor à Vida".

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Fabiana Karla tem destaque tanto no humorístico "Zorra Total" quanto na atual novela das 21h.

Esses são apenas alguns dos casos de repetição de talentos em produções consecutivas e/ou simultâneas na rede.

Segundo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, que por mais de 30 anos comandou a Globo, criando seu famoso "padrão de qualidade", o canal vive um "um descontrole do aproveitamento do casting [elenco]".

"[Antes] Havia controle rigoroso para evitar o que chamávamos de 'conflito de escalação'. Não era admitido ocorrer esses conflitos com atores de novelas e até com os convidados de programas, como cantores etc", afirma o executivo, que atualmente dirige a TV Vanguarda, afiliada da Globo no Vale do Paraíba, em São Paulo, ao "F5".

"Além disso, para os principais atores havia a determinação de quarentena entre uma atuação e outra. Casos de repetição só eram admitidos no 'Vale a Pena Ver de Novo', mesmo assim somente para papéis do terceiro escalão para baixo."


De acordo com o Boni, que trabalhou na Globo até 1997, essas regras foram adotadas em 1972.

Casos como o de Gabriel Braga Nunes, que desde que retornou à Globo, em 2011, emendou quatro produções –"Insensato Coração", "Amor Eterno Amor", "O Canto da Sereia" e "Saramandaia"– e está escalado para um dos principais papeis de "Em Família", próximo folhetim das 21h, que estreia em fevereiro, estavam fora de cogitação.

"Anteriormente [a 1972], quando o elenco era ainda restrito, tínhamos que escalar alguns dos principais atores para emendar novelas. Mas desde o início de nosso trabalho, nunca admitimos esse conflito. O controle ia além, evitando tramas e personagens parecidos em cada produção", lembra.

"A liberação total para uso de artistas em diferentes papéis ao mesmo tempo e mesmo para trabalhos seguidos é seguramente a canibalização do elenco", diz Boni.

Segundo ele, o aumento de produções exibidas pela Globo não justifica a repetição do elenco.

"O planejamento da produção observando as datas em que os produtos serão exibidos pode perfeitamente permitir um controle bastante eficiente, fazendo dos conflitos uma exceção", finaliza o executivo.

Procurada pela reportagem, a Globo não quis comentar.

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