Televisão

"Homem vestido de mulher beira o palhaço", diz travesti da novela das 19h

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

No ar como a travesti Ana Girafa, em "Aquele Beijo" (Globo), Luis Salém, 48, se diz satisfeito com a boa aceitação do público de sua personagem. Para ele, as pessoas estão deixando de ver o homem vestido de mulher apenas como uma caricatura.

"As pessoas gostam muito dela e se identificam. Ainda mais agora, por conta desse sofrimento com a mãe. Além de tudo é uma personagem muito bondosa", disse.

Abandonada por Maruschka (Marília Pêra) ainda criança, Ana Girafa se nega a entrar na justiça contra a mãe de Rubinho (Victor Pecoraro) para receber sua parte da herança. Porém, no capítulo que vai ao ar no dia 6, ela descobre que pode salvar o Covil do Bagre de ser demolido e muda de ideia.

Crédito: João Cotta/Divulgação TV Globo "O homem vestido de mulher quase beira o palhaço", diz Luis Salém, que faz Ana Girafa em "Aquele Beijo"
"O homem vestido de mulher quase beira o palhaço", diz Luis Salém, que faz Ana Girafa em "Aquele Beijo"

"A situação só piora. Por conta do Covil do Bagre ela se sente comovida, mas isso vai render confusões e a Ana Girafa ainda vai sofrer pra caramba", revelou.

Para Salém, a trama está ajudando as pessoas a terem uma outra visão sobre as travestis.

"O personagem é travesti, mas tem a coisa que vem na frente disso que é a humanidade dele. As pessoas estão acostumadas a ver transexual na dramaturgia de forma caricata e ele está sendo tratado como ser humano", disse o ator, que torce para Ana Girafa ter um final feliz.

"Espero que ela termine bem porque sofreu muito na vida. Todo mundo merece ser feliz, desde Ana Girafa a Barack Obama", afirmou.

Salém revelou que por causa da Ana Girafa passou a compreender mais aqueles que optam por trocar a identidade.

"Trouxe coisas da Ana pra minha vida. O homem vestido de mulher quase que beira o palhaço, mas é mais que isso. Nunca quis ser outra pessoa. Estou satisfeito assim, mas ela me trouxe uma tolerância pra esse tipo de coisa. Tenho hoje uma outra visão das pessoas que querem ter outra identidade e tento entender e respeitar isso".

Mesmo acostumado com a rotina de se preparar durante pouco mais de 1h para sua personagem, o ator contou que só tem uma coisa que ainda o incomoda.

"Não gosto de ficar olhando aquela unha vermelha todo dia, então tiro sempre depois de gravar e no dia seguinte tenho que fazer tudo de novo".

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias