Homens jovens saem mais tarde de casa, diz IBGE
Com o aumento da escolaridade, o custo mais alto da moradia em grandes cidades, o casamento tardio e a maternidade em idade mais avançada, os jovens postergam a saída da casa dos pais.
Esse fenômeno, que comumente é classificado como a "geração canguru", é usado para classificar os jovens de 25 a 34 anos de idade que moram com a família na qual nasceram. De 2002 a 2012, a proporção desse grupo passou de 20% para 24% no Brasil. Cerca de 60% dos jovens nesta condição eram homens e 40% mulheres, segundo o estudo Síntese de Indicadores Sociais, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE.
Pelos dados do IBGE, os jovens que ficam mais tempo convivendo com a família de origem estavam menos ocupados, mas tinham uma escolaridade maior. A taxa de ocupação desse grupo era de 91,4%, abaixo da média de 93,7%. Já os jovens que postergaram a saída de casa ganhavam quase um ano de estudo --10,8 anos na escola, contra 9,9 anos da média.
"Não há uma diferença muito grande na ocupação, que se mantém num patamar muito elevado, mas há claramente uma escolaridade mais elevada. Isso indica que os jovens ficam mais tempo com os pais enquanto estão estudando", diz Ana Lucia Saboia, coordenadora da pesquisa.
Outras razões são o elevado custo de morar sozinho e a opção por casar e ter filho mais tarde, segundo o IBGE.
MORTALIDADE DE PRETOS E PARDOS
A pesquisa do IBGE mostra ainda que um das facetas da desigualdade racial no país reside na maior mortalidade de jovens pretos e pardos por causas violentas. No grupo de 20 a 24 anos, a taxa de mortalidade era, em 2012, de 30 por 100 mil habitantes para brancos, contra 82 para pretos ou pardos.
Considerando todos os dados de mortalidade por causas externas (incluindo nessa também acidentes, especialmente os de trânsito), as maiores taxas foram registradas por homens de 20 a 39 anos --184,6 mortes por 100 mil habitantes.
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