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"O padre sabia", diz idosa que desfigurou Jesus em pintura

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Cecilia Giménez, 80, responsável pelos danos à pintura do século 19 "Ecce Homo", do espanhol Elías García Martínez, disse à rede espanhola TVE que o padre da igreja na qual estava a obra sabia o que ela estava fazendo.

Especialistas vão tentar recuperar pintura danificada
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"O padre sabia. Como ia fazer algo sem dizer nada se todo mundo que entrava me via pintando?", disse Giménez. Ela disse também que decidiu retocar a pintura porque o salitre da parede da igreja onde fica a obra, em Borja, estava quase destruindo a imagem.


Segundo Giménez, esta não foi a primeira vez em que ela mexeu na pintura --informação confirmada por Teresa García, parente do pintor. "Antes ela já havia consertado alguns problemas na túnica [de Jesus]. O problema foi que desta vez ela mexeu no rosto", disse García.

Na próxima segunda-feira (27), duas restauradoras estudarão a obra com Giménez. Elas vão avaliar os danos e verificar se é possível fazer algo para recuperá-la. Segundo um vereador, será muito difícil fazer um reparo, pois a obra já estava muito deteriorada.

PIADA

Desde que a notícia foi veiculada na terça-feira (21), começaram a circular na internet versões da pintura modificada por Giménez.

Em uma delas, Jesus aparece como o personagem Chewbacca, de "Guerras nas Estrelas". Também há versões em que o rosto de Jesus é substituído por um gato ou por outras figuras conhecidas.

A obra ganhou uma página no Facebook, chamada La señora que pintó el Troll de Borja, e uma hashtag no Twitter, #EcceMono --"mono" significa "macaco" em espanhol.

Circula ainda um abaixo assinado pedindo à cidade de Borja que mantenha a pintura como está. "O trabalho realizado pela artista anônima no Ecce Homo do Santuario de la Misericordia de Borja supõe um reflexo inteligente da situação política e social do nosso tempo", afirma o texto.

"É uma crítica sutil às teorias criacionistas da Igreja", continua o documento, em tom jocoso. "O resultado da intervenção combina inteligentemente o o expressionismo primitivo de Francisco de Goya com figuras como Ensor, Munch, Modigliani e o grupo Die Brücke, pertencente à corrente artística do expressionismo alemão."

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