HUMOR: Terror eleitoral e o melhor do Carnaval
Ê, Brasil. É só você sair de férias e se descuidar por meio minuto, que o gigante sai do berço esplêndido e desarruma a casa toda: cai avião, candidato morre, candidata dispara nas pesquisas, delator delata esquema na Petrobras (já disseram no Twitter e eu concordo: "delação premiada" devia ser um quadro do antigo programa do Gugu, exibido entre a prova da banheira –umba umba umba ê– e a da camiseta molhada). Claro que o Bananão já é desarrumado por natureza: Deus abençoe esta bagunça (como diria aquele quadro que a sua tia-avó bordou em ponto cruz), 'nóis kapota mas num breka' etc.
De todo modo, a reentrada na atmosfera pós-férias é sempre traumática, especialmente se você reentra pelas redes sociais –é como chegar ao Rio pela avenida Brasil, ou conhecer a Gisele Bündchen começando pelo pavilhão reto-furicular, SEM uma pedra do Arpoador ou uma Gisele no final do trajeto. Mas o trauma ensina, como bem sabem vocês que têm curso superior na escola da vida. Assim, compartilho com vocês coisas valiosas que a internet tem me ensinado recentemente:
1) O segundo turno das eleições presidenciais será entre Eduardo Jorge e Luciana Genro –pelo menos nas redes sociais. Eu, se fosse os dois, entraria na Justiça Eleitoral para tornar obrigatória a apresentação da arroba do Twitter na hora de votar.
2) Todas as teorias conspiratórias possíveis sobre a queda do avião de Eduardo Campos já foram feitas. A que mais me agrada é aquela que assegura que Campos aparecerá dizendo "tô vivão", junto com Ulysses Guimarães. "Major plot twist".
3) Marina Silva, que tem atualizado seu programa em tempo real (recomendo dar F5 a cada dez minutos, tem sempre alguma coisa nova), agora anda por aí com um alvo pintado em tinta vermelha fosforescente. A internet já me mostrou que se ela for eleita, por ser evangélica, aprovará uma lei que dá prêmios em dinheiro ($$$) a quem bater em gay na rua. Ou uma lei para jogar os gays no fundo do pré-sal e cobrir tudo com o que restou da mata atlântica –uma dessas coisas.
4) Debate político é a versão moderna de "Rashomon", aquele filme do Kurosawa: o que é em tese um evento só rende no mínimo 50 narrativas diferentes. O brasileiro está cada vez mais nietzschiano ("não há fatos, só interpretações"). Pelo menos os comentários em tempo real no Twitter são bons: às vezes até rendem mais risadas que os programas dos candidatos.
5) Regina Duarte-2002 é fichinha. As Reginas Duartes hoje são legião e gritam mais que um exército de viúvas Porcinas. Deve ajudar a pagar o leite do caçula e o sapato da mulher.
6) O mais chocante de tudo: existe gente que realmente GOSTA de político. Mete-se em brigas por eles, nas redes sociais e fora delas, e usa avatares com o nome do candidato, aparentemente sem remuneração (insira aqui o seu "sabe de nada, inocente"). Chega a torcer por eles como quem torce para time de futebol. Na boa, amiguinhos, eleição é sempre tentativa de escolher o menos pior, e isso aí que vocês sentem devia ser catalogado como parafilia. Errou quem disse (Millôr, acho) que a mais estranha das taras é a abstinência: é gostar sinceramente de políticos. Fale com seu médico; eu falaria.
RUY GOIABA conseguiu escrever um texto inteirinho sem incluir trocadilhos com a Dilma fritando o Mantega. Ops!
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