Factoides

HUMOR: Como pegar mulher mesmo sendo de direita

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Só se fala em outra coisa. Semana passada, o filósofo Luiz Felipe Pondé ponderou sobre as agruras do jovem direitista que não consegue pegar mulher. Sei lá. Aqui entre meus cinco leitores e meio (um é anão), penso que Pondé se precipita. Quem passa o rodo geral é a direita, não a esquerda. Todo mundo já viu no "Feici" fotos das orgias rituais promovidas pelo grupo Bilderberg e pela Illuminati. Eles idolatram uma estátua de touro e fazem trenzinho com as modelos da Victoria's Secret. A internet não mente.


O fato é que a direita sempre teve mais recursos (iates, jatinhos, poços de petróleo), o que facilita bastante a manutenção de um harém de boazudas. Quem não pega ninguém é a esquerda. Antigamente pegava. Mas a esquerda era mais séria. Queria apenas acelerar a marcha da história e não aceitava desvios e desbundes. Hoje não. Hoje a esquerda abriga todo e qualquer tipo de minoria: lésbicas sem-teto, sindicalistas transexuais, feministas kaiowás, proletários pervertidos e caminhoneiros drag queens. E embora essa composição heterodoxa pareça excelente para a prática surubeira, ela, na verdade, atrapalha.


Imagina você no bem-bom, chega alguém e diz: "Aí, ô companheiro, a gente fez uma petição porque essa posição sexual é desrespeitosa à companheira mulher enquanto ser humano oprimido e, além disso, a safada está gostando, o que vai atrasar a luta feminista em pelo menos 10 anos..."


Não dá. Não há clima.
Todos nós sabemos: NÃO TEM COMO ENDURECER SEM PERDER A TERNURA.
Logo, a esquerda não pega ninguém.

Mas, então, pergunta o anão saltitando para chamar minha atenção, quem é que está passando o rodo geral, já que não sou eu e nem é o Pondé? É simples. Eu explico. A questão não é a política. É a economia, cabeção!


No topo da pirâmide social ninguém é de ninguém. Eles são apenas 1% da população, estudaram na mesma escola e todo mundo já pegou todo mundo. Troca-troca e fundos de investimento são práticas comuns. Segurança armada e muito lubrificante garantem conforto e privacidade.


Já na base da pirâmide, a suruba corre solta por outro motivo. O cara mora num barraco com quinze filhos, oito agregados, duas mulheres, quatro cachorros e três MCs. Aí ele chega de madrugada, completamente manguaçado, se joga no meio do bolo e passa o rodo no que estiver mais perto. Nem liga se é gente ou cantor de hip hop.

Crédito: Edson Aran

Quem não pega ninguém é você, da classe média careta e conservadora. Mas a culpa é sua. Você vê a loirinha de óculos lá na Vila Madalena, chega junto e manda: "E aí, princesa, vamos lá em casa ouvir minha coleção de Chico Buarque?". Ela sai correndo, é claro. Quem é que aguenta escutar Chico Buarque?


Os valores morais do homem pequeno burguês —MPB, Favela Movie, novela que parece circo, Lars von Trier etc.— afugentam qualquer mulher. Aí a moça, revoltada, vira blogueira feminista. Ou, se for gostosa, assistente de palco. Eu acho bem feito pra classe média deixar de ser besta.


O importante no sexo não é a posição política ou sexual. É a posição econômica. Ficar por cima ou por baixo é uma delícia. Já quem está no meio só se f(*)e.

Quer dizer... Só que não!


EDSON ARAN é autor de seis livros. O mais recente, "O amor é outra coisa" (Jardim dos Livros), fala sobre o sentido da vida e tem mais de duzentos pensamentos cretinos. Também é roteirista. Seu site é www.sitedoaran.com.br

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