A implosão de Lindsay Lohan
Posar nua é quase que uma etapa obrigatória na carreira de uma atriz brasileira. Mal despontam na TV, são logo convidadas a se despir para as câmeras. As emissoras não gostam muito, mas as moças que se expõem não costumam perder papéis por causa disto.
Nos Estados Unidos é diferente. Quando uma famosa aceita posar nua, é logo tachada de "desesperada" pela mídia de lá. "Ela está em baixa e quer voltar aos holofotes" é o comentário mais frequente. Com Lindsay Lohan não está sendo diferente.
A ex-menina prodígio fechou contrato com a "Playboy" americana e vai ganhar um pouco menos do que o milhão de dólares que pediu inicialmente. Alguns sites de fofocas garantem que a sessão de fotos já aconteceu, numa mansão em Los Angeles.
A revista "Entertainment Weekly" chamou de "triste" a estratégia de Lindsay. "Ela só quer sair do noticiário policial". De fato, já há algum tempo que miss Lohan só é manchete quando vai presa, ou quando tem audiência com um juiz. Ou quando falta a esta audiência - respeitar compromissos não é mesmo o seu forte.
Lindsay Lohan vai entrar para a história como um caso exemplar de desperdício de talento. Foi uma menina linda e vivaz, que já tinha estrelado dezenas de comerciais quando estreou aos 12 anos no cinema. Logo fechou contrato com a Disney e emplacou um sucesso infanto-juvenil atrás do outro, como o "remake" de "Se Meu Fusca Falasse".
Mas não conseguiu virar adulta. Embarcou numa roda-viva de festas e bebedeiras, e começou a faltar nos sets de filmagem - um pecado mortal, pois a equipe tem que ser paga de qualquer jeito e os prazos têm que ser cumpridos. Em pouco tempo virou "persona non grata" em Hollywood.
Os convites minguaram e os problemas com a lei só cresceram. Rikki Klieman, uma advogada de renome, chegou a escrever um artigo para o site "Daily Beast" defendendo que Lindsay seja presa de uma vez: o sistema judicial da Califórnia estaria sendo leniente com ela, por causa de sua fama.
O drama de Lindsay Lohan nem é raro. São inúmeros os casos de estrelinhas infantis que se envolvem com álcool e drogas quando crescem, de Judy Garland a Britney Spears. Mas o que chama a atenção no caso dela são justamente os processos e as prisões.
Além de ter sido pega várias vezes dirigindo bêbada, Lindsay também é acusada de surrupiar uma jóia valiosa que usou durante uma sessão de fotos para uma revista. Ela escapa do perfil clássico da viciada, que precisa de cuidados médicos. Merecia era ter levado umas boas palmadas quando menor; agora, talvez só a cadeia lhe dê jeito.
Enquanto isto, investe na imagem de "bad girl", de maneira consciente ou não. É cercada de maus assessores, a começar pelos próprios pais. E vai ser esquecida rapidamente. Pena que não seja brasileira: aqui talvez tivesse uma sobrevida como mulher-fruta ou participante de reality show. Somos muito mais bondosos com nossos anjos caídos do que o pessoal lá do norte.
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