Tony Goes

Os vilões da primeira semana da Olimpíada

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A Rio-2016 já é um sucesso. O "desástrofe" previsto pelo jornalista americano John Walters, da revista "Newsweek", simplesmente não se concretizou, apesar dos problemas inevitáveis em qualquer grande evento.

Além disso, os Jogos já produziram inúmeros heróis, e não só entre os atletas que estão conquistando medalhas. Também subiram ao pódio os organizadores da festa de abertura, a torcida que aplaudiu o nadador gordo da Etiópia que chegou em último lugar e até mesmo o ex-tenista e hoje comentarista Guga Kuerten, apelidado de "labrador humano" por causa de sua simpatia.

Mas, como toda boa narrativa, a Olimpíada também tem seus malvados. A menos de uma semana do encerramento, já temos pelo menos cinco vilões, dentro e fora das competições. Aqui vão eles, em ordem crescente de ruindade:

5) Yulia Efimova

A nadadora russa foi pega em vários testes antidoping, suspensa por 16 meses e até mesmo banida da Rio-2016, mas acabou sendo autorizada a participar. Foi vaiada, mostrou um dedo para o público (o indicador, que não chega a ser obsceno) e perdeu dois ouros para a americana Lily King, que lhe declarou guerra.

Tornou-se a encarnação do esquema russo de tapeação esportiva, mas pagou com lágrimas e derrotas. No fundo, é mais vítima do que vilã.

1) Nico Hines

Todos os nomes citados até aqui cometeram falhas, mas nenhum deles colocou vidas em perigo como este jornalista do site americano "Daily Beast". Hines teve a "brilhante" ideia de usar sites de pegação como Tinder e Grindr na Vila Olímpica, talvez para confirmar os rumores de que os esportistas têm vida sexual.

Em menos de uma hora, gabou-se ele em sua matéria, marcou encontro com três atletas gays. Não deu o nome de nenhum, mas dicas suficientes para identificá-los —e pelo menos um vem de um país onde a homossexualidade é considerada crime. A gritaria foi imensa, e o site primeiro alterou o artigo, depois o tirou do ar. E comprometeu para sempre sua imagem de defensor da causa LGBT.

A Olimpíada só termina neste domingo (21), e novos malvados podem despontar a qualquer momento. O lado bom é que os heróis costumam estar em maioria.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem