Gwyneth Paltrow esbanja razões para ser detestada
Linda. Loura. Rica. Talentosa. As fadas-madrinhas foram generosas com Gwyneth Paltrow. Como se não bastasse, ela ainda vive um casamento feliz com Chris Martin, o vocalista do Coldplay, com quem tem dois filhos adoráveis.
Gwyneth não esconde de ninguém que leva uma vida maravilhosa. Pior, até: esfrega sua "fabulosidade" na cara de todo mundo, praticamente nos humilhando com seu sorriso perfeito e seus cabelos de trigo beijados pelo sol.
E tudo na maior inocência, sem perceber que se comporta como uma patricinha desmiolada. Por isto, Gwyneth Paltrow é hoje uma das celebridades mais detestadas do planeta.
Mas nem sempre foi assim. Nascida em berço de ouro, filha do produtor Bruce Paltrow e da atriz Blythe Danner, Gwyneth cresceu em Hollywood chamando Steven Spielberg de "tio". Foi ele quem lhe deu seu primeiro bom papel: o da jovem Wendy em "Hook - A Volta do Capitão Gancho", em 1991.
Logo ela começou a filmar sem parar, e foi saudada pela crítica como uma grande revelação. É, sem dúvida, uma atriz competente. A onda a seu favor culminou com um Oscar quando tinha apenas 26 anos, por "Shakespeare Apaixonado". Derrotou concorrentes muito mais preparadas, como Cate Blanchett ou a nossa Fernanda Montenegro.
Foi a partir daí que a boa vontade da mídia em torno de seu nome começou a arrefecer. Havia uma percepção de que a moça já havia conquistado coisas demais num tempo muito curto. Mas ela não se fez de rogada, e passou a contribuir alegremente para construir a imagem de alienada "fashion".
Primeiro lançou um blog chamado Goop, hoje praticamente um portal, onde dá dicas de moda e bem-viver. Dicas essas tão caras que fazem as blogueiras de moda brasileiras parecerem Madre Teresa de Calcutá: Gwyneth sugere camisetas de 200 dólares ou máscaras faciais de 500, como se suas leitoras também tivessem milhões em suas contas bancárias.
Depois lançou dois livros de receitas. O segundo, "It's All Good" ("Tudo É Bom") saiu há pouco mais de um mês e já está entre os mais vendidos nos Estados Unidos e na Inglaterra. Também vem recebendo uma saraivada de críticas, a ponto de Gwyneth estar se tornando uma espécie de piada ambulante.
Uma resenhista disse que é um livro para "comidófobos". De fato, as receitas da moça excluem quase todos os ingredientes de uma dieta normal: carne vermelha, ovos de galinha, laticínios, trigo, soja, crustáceos, tomates, berinjelas, milho e qualquer tipo de alimento processado.
Gwyneth se defende dizendo que, além de intolerantes à lactose e ao glúten, ela e os filhos são alérgicos a quase tudo. Besteira, respondem outros críticos: ela simplesmente acha que é alérgica, sem nenhuma comprovação científica.
Mas a gritaria não se encerra por aí. Uma outra jornalista calculou quanto custaria alimentar uma família de quatro pessoas seguindo os preceitos "gwynethianos", e chegou a uma cifra assombrosa: cerca de 300 dólares por dia, mais de 600 reais.
Mais uma vez a atriz se defende, alegando que os leitores menos afortunados podem substituir os ovos de pata ou o mel de 50 dólares por equivalentes mais baratinhos. E gente que provou as receitas admite que elas são realmente deliciosas.
Tarde demais. A esta altura, Gwyneth Paltrow já virou sinônimo de deslumbrada sem noção, uma Maria Antonieta da era da internet.
Mas vocês acham que ela se importa? Claro que não: o site é um sucesso, os livros também, os convites para o cinema não param de chegar. Ah, e Gwyneth acaba de ser escolhida pela revista "People" como "a mulher mais bonita do mundo". Quem são os verdadeiros trouxas nessa história?
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