Assédio de Gerald Thomas foi contra a caretice dos dias de hoje
Você já esteve em algum evento invadido pelo pessoal do "Pânico"? Eu já.
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O clima que se instaura entre anfitriões e convidados é, literalmente, de pânico. Os caras não vão lá para levantar a bola de ninguém. Querem mais é deixar as pessoas bem constrangidas, e depois humilhá-las em rede nacional.
Muitas vezes o resultado que se vê na TV é engraçado. Muitas vezes não é. E algumas celebridades, já escoladas por uma década de perseguição pelos humoristas do programa, aprenderam a lidar bem com tal assédio.
Duvido que Geraldo Thomas passe seus domingos à noite assistindo à atração comandada por Emílio Surita. Duvido ainda mais que o público habitual do programa faça alguma ideia de quem seja Gerald Thomas.
De qualquer forma, o diretor teatral --um dos mais inovadores e importantes do Brasil-- reagiu à altura quando viu sua noite de autógrafos "prestigiada" pelas presenças de Nicole Bahls, "Tucano Huck" e "Mecome Bahls".
Sim, ele encoxou Nicole, e ainda tentou enfiar a mão por baixo da saia da moça. Mas também tentou abrir a braguilha de "Tucano" e mostrou o próprio pênis para os fotógrafos.
Desculpa, gente, mas isto não é tentativa de estupro. Nem faz parte da cultura do estupro, como teve blogueira mimimi repetindo por aí. Foi uma performance teatral, ousada e imprópria, feita propositalmente para mexer com a plateia.
Nicole não gostou. Disse que se sentiu agredida, e está em seu pleno direito de se sentir como quiser. Muitos espetáculos agridem mesmo: o teatro não é feito só de comédias inofensivas para a classe média rir antes de ir para a pizzaria.
Mais do que suas formas voluptuosas, o que a recontratada panicat revelou mesmo foi uma falta espantosa de jogo de cintura. Logo ela, que deu uma canseira nos demais participantes da "Fazenda de Verão". Talvez fosse o nervosismo pela reestreia no programa. Só sei que, se Sabrina Sato estivesse em seu lugar, provavelmente teria dado um rolé em Gerald Thomas.
Para variar, o episódio foi bom para todos os envolvidos: tanto o "Pânico na Band" quanto Bahls e Thomas ganharam bastante mídia gratuita na semana passada. O blog do diretor bateu seu recorde de audiência e, glória suprema, seus detratores criaram uma página no Facebook para melhor atacá-lo. E o programa dedicou boa parte de suas três horas de duração neste domingo (14) à repercussão do caso na imprensa e nas redes sociais.
Repercussão esta que foi amplamente negativa, misturando uma correção política meio fora de lugar com ignorância sobre os personagens em questão.
Que uma coisa fique bem clara: sou totalmente contra a cultura do estupro (que existe mesmo), e jamais direi que mulheres que se vestem de maneira provocante "merecem" sofrer qualquer tipo de violência.
Só acho que não foi isto o que aconteceu neste caso. É preciso contextualizar: saber quem são os gozadores do "Pânico", e saber também quem é Gerald Thomas, ele também um gozador.
Já fomos bem menos caretas e mal-humorados do que hoje.
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