O ato falho de Caio Castro
Primeiro ele falou à revista "Quem" que preferia ter fama de pegador do que de veado. Depois, assustado com a repercussão negativa, correu para dizer que não tem "preconceito algum contra o homossexual". E ainda se queixou de estarem tirando do contexto sua declaração anterior, a desculpinha clássica. Mas, afinal: Caio Castro é ou não é homofóbico?
É e não é. E na mesma situação dele estão milhões de brasileiros, que cresceram numa sociedade machista, onde os gays sempre foram um alvo permitido para piadinhas e agressões. Só que agora não são mais, e muita gente luta para combater os próprios preconceitos embutidos.
Só para comparar: a escravidão foi abolida há mais de 100 anos, o racismo é crime, e, mesmo assim, quem é que vai dizer que a sociedade brasileira não tem mais nada de racista? Pois é. A luta contra a homofobia ainda está só no comecinho.
Veja bem, não estou defendendo Caio Castro. Acho que ele errou, sim, em sua primeira declaração. E para quem acha que isto é policiamento: sim, é, e daí? Todo mundo precisa se policiar, o tempo todo. Inclusive eu, que sou gay e até hoje uso "bicha" e "viado" como xingamentos pesados.
Por isto que não defendo, mas entendo Caio Castro. Ele é fruto do meio onde vive --aliás, onde vivemos todos. Também entendo o que disse Aguinaldo Silva: um galã brasileiro precisa cuidar de sua imagem (e esconder a própria sexualidade, se for o caso), para não perder contratos ou virar motivo de chacota nas redes sociais.
Mas também aplaudo a segunda declaração do rapaz. Acredito na sinceridade de suas palavras: não que ele já não tenha "preconceito algum", mas que está fazendo um baita esforço para não ter. E quem é que não está?
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