Ricardo Feltrin

Um em cada três assinantes de TV paga só vê a Globo

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Ao menos 6 milhões dos cerca de 18 milhões de assinantes da TV paga no Brasil pode estar desperdiçando seu suado dinheirinho todos os meses.

São 6 milhões de assinantes que pagam pacotes mensais que podem custar de R$ 50,00 a R$ 200, dependendo do número de canais que optaram em receber.

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Mesmo tanta variedade não é capaz de de salvar essas pessoas de seu vício mais arraigado: não conseguir tirar os olhos da Globo.

É isso mesmo, leitores. Um terço dos assinantes da TV paga (33%) nunca, jamais, em hipótese alguma tira da TV Globo. As centenas de outros canais pagos, sejam científicos, educacionais, infantis, de filmes, séries, ação, conspiratórios etc. ficam jogados às traças.

ELEMENTAR, MEU CARO WATSON

Há várias teses para que esse fenômeno de adicção globífera aconteça, mas nenhuma delas cita a qualidade da programação da emissora (acontece que não há essa qualidade alardeada).

PRIMEIRA TESE

A primeira tese fala pura e simplesmente em hábito do telespectador. Por mais de 40 anos as famílias se acostumaram à estrutura ordeira da programação da Globo. O telespectador sabe que ali nunca haverá surpresas. Ligou de tarde? Tá passando filme ou "Vale a Pena Ver de Novo". Ligou à meia-noite? Deve estar passando o Jô. Ah, ligou pela manhã? Então é Ana Maria Braga ou Fátima.

SEGUNDA TESE

A segunda hipótese para que o telespectador permaneça grudado na tela, a despeito de existirem tantos outros canais é o interesse em melhorar a qualidade do sinal. O assinante decide pegar alguma operadora de TV paga somente porque quer ver maior qualidade em seu aparelho. O problema é que junto com o cabo ou onda de satélite vêm um outro sem-número de canais, muitos interessantes. Mas essas pessoas só estão interessadas mesmo é na faixa de novelas.

TERCEIRA TESE

Sabe-se que as classes C e D foram duas das que mais fizeram pacotes de TV por assinatura desde 2008. Nesse caso, em parte, a força estimuladora para que uma família pobre ou necessitada tire da boca para pagar um pacote basiquinho de TV por assinatura é bem mais compreensível e humano: o vizinho, que é mais pobre ainda, exibe orgulhoso sua antena de TV paga, virada para o norte, no topo de sua casa. Eu também quero uma, diz a família que não a tem.


TRADIÇÃO x NOVIDADE

Pelo segundo ano consecutivo, o "Mais Você", de Ana Maria Braga, ficou na frente no ibope do badalado "Encontro com Fátima Bernardes", por 7 a 6, em média. Cada ponto vale por 62 mil domicílios na Grande São Paulo.

JÁ O BOM DIA BRASIL...

Ainda na faixa matinal, o "Bom Dia Brasil" teve uma ligeira oscilação positiva na audiência do ano passado. Em 2012, registrou média de 7,7 pontos. No ano passado, 7,8 pontos.

AINDA SOBRE A GLOBO....

Nem o veterano "Domingo Maior" tem resistido à fuga de telespectadores, independentemente de se o filme está sendo exibido pela primeira vez na TV. Entre 2012 e 2013, a faixa de filmes já perdeu 68% (você leu direito, sim) de seu público.

LOBBY

Está enorme o lobby para que Cristiane, filha de Edir Macedo, ganhe um segundo programa na Record. Atualmente ela apresenta o "The Love School", ao lado do marido, Renato (ex-diretor da TV Record em Londres).

Crédito: Reprodução Cristiane Cardoso, filha do bispo Edir Macedo, durante programa "The Love School - Escola do Amor", da Record
Cristiane Cardoso, filha do bispo Edir Macedo, durante programa "The Love School - Escola do Amor", da Record


SOOOOOOOOOBE

Austin & Ally, do Disney Channel

Série infantojuvenil muito engraçadinha, cheia de palhaçadas, mas também de conteúdo que incentiva a cidadania e a amizade. Austin é um guitarrista exibido que não pode ver um palco que já quer subir e cantar. A doce Ally, no entanto, é uma compositora talentosíssima, mas tem fobia a palcos e holofotes. E ainda tem a empresária preguiçosa, o amigo parasita e escandaloso. Um seriado que faz você voltar no tempo. Nos bons tempos.

DEEEEEEEESCE

Detetives da História, no History

Se os canais querem mesmo cumprir a nova lei que obriga a parte do conteúdo a ser "made in Brazil", o History poderia ao menos caprichar. Muito mal feito, péssimo acabamento e arte final, interpretações e situações forçadas, casos que missssssssteeeeeeeriooooooosos que chegam a dar bocejo... tudo parece "fake". Vamos melhorar e investir mais no programa. Por que não investir em lendas que podem estar certas? Por que não fazer uma caçada ao paradeiro do famoso coronel Fawcett que desapareceu décadas atrás na Serra do Roncador, no Mato Grosso? Ou coisa que o valha?

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