Ricardo Feltrin

Mais da metade dos assinantes da TV paga só assistem TV aberta

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Não, caros leitores, vocês não leram errado.

O título acima está certinho, é isso mesmo: cerca de 65% dos 17 milhões de assinantes de TV paga no Brasil assistem apenas à Globo, Record, SBT, Band, RedeTV! e TV Cultura. Ou seja, para esses assinantes não existe Discovery, History, A&E, Sony ou Warner etc.

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O motivo de pagarem por algo que não usam? Uma especulação pode ser a "vaidade humana".

VANITAS...

Está certo que boa parte (% incerta) das assinaturas do país é do chamado pacote "mini básico", um eufemismo às avessas criado pelas operadoras para vender bugalho por alho. O assinante "pensa" que tem TV por assinatura, pode até se gabar disso com os vizinhos, mas, na verdade, só tem os canais abertos mesmo e mais alguns UHF, como o Gospel, TV Mix e uns outros gatos pingados.

JÁ...

...o pacote básico vem com canais adicionais e educativos, mas mesmo assim os assinantes desses planos continuam firme na novelinha da Globo. Não é à toa que os quatro canais mais vistos da TV por assinatura são justamente Globo, Record, SBT e Band. Só a RedeTV! costuma ficar fora da lista, superada por algum canal infantil. Em outras palavras, praticamente só assinantes de pacotes mais sofisticados é que têm o hábito de zapear ou ficar em outros canais. Mesmo assim, do ponto de vista numérico bruto, é um público de tamanho irrelevante.


DESCONFIE SEMPRE

Por essas e outras, algumas emissoras precisam dar um verdadeiro nó na realidade para mostrar que ainda são relevantes. Para fazer isso, distorcem números, fazem releituras, inventam novos cálculos... Tudo para adquirirem importância no mercado e, vá lá, engambelar o pobre assinante. Por exemplo, quando você ouve uma certa emissora dizer que "oito milhões de pessoas acompanharam a visita do papa aqui com a gente", isso significa M-E-N-T-I-R-A. E das mais cabeludas. O canal faz a soma de todas as pessoas que ficaram ao menos um minuto sintonizadas durante todo o período da cobertura em questão e chuta o número para os jornalistas e, daí, por sua vez, para o mercado.

PENA QUE NÃO COLA

O mesmo pode se dizer de um canal que anuncia que seu mais novo programa humorístico teve "mais de dez milhões de espectadores" no mês de estreia. Vai que cola, né? Mais uma vez estão pegando público que fica um minuto (e somam o mês inteiriiiiiiiinho, e provavelmente se for o mesmo assinante que voltou ele é somado mais uma vez, não revelaram a "metodologia") e cai fora do canal. Bem, eles não se importam se a pessoa foi embora. O importante é o minutinho. Convenhamos que demora mais ou menos um minuto para o telespectador ver alguma coisa com calma e julgar se é um lixo ou não.

E TEM MAIS...

Recentemente um outro canal, dito sério, educativo, "vazou" para um colunista que sua mais recente produção nacional havia ficado em "quarto lugar" no cômputo geral da TV paga e que fora o programa mais visto "da história da emissora no Brasil". Esta coluna apurou que, na verdade, no horário em que o recorde foi batido, nem mesmo dez mil pessoas presenciaram o tal "recorde". Um número irrisório. A culpa nem é do programa em si. A culpa é que 65% dos assinantes estava vendo a novelinha da Globo, ou o futebol na Band, ou o "CSI" na Record, em vez de acompanhar a "fabulosa" produção nacional no canal alternativo. E como há mais de cem canais à disposição, o que resta do número total de assinantes no Brasil (17 milhões) se pulveriza pela infinidade de opções. Isso sem falar quando a TV não está ligada só para ser usada em games.

MOTIVAÇÃO

Todo esse desespero das TVs pagas tem lá seu motivo. Além de ainda serem economicamente irrelevantes e de terem pouquíssima publicidade mesmo ela custando muuuuuuuuuuuuuuuito menos que na TV aberta ou até no rádio, as TVs por assinatura agora têm um inimigo realmente voraz que foi subestimado quando chegou, mas agora apavora: os serviços de assinatura "on demand", como o NetFlix, o Now, Muu, TV Apple etc. Esses serviços por ora custam muito menos que a mais básica das assinaturas normais e você tem um acervo imenso de filmes, seriados e programas a seu dispor, e pode assisti-los quando quiser.

O ÚNICO PROBLEMA...

É que esses serviços de vídeo "on demand "ainda não têm esportes em seu cardápio. Mas quem não gosta de esportes já tem um prato cheio e mais barato que a TV paga.

POLÍTICA NO SBT

No SBT as coisas são bem assim: se algum programa ou apresentador bomba, se a mexida na grade de programação é certeira, o responsável é Silvio Santos. Ele decidiu tudo sozinho, a ideia foi dele e de ninguém mais. Mas, se alguma coisa dá errado, o ibope cai ou a mudança na grade é um fracasso, aí a culpa é de segundos e terceiros. É consenso na emissora: Silvio jamais admite que errou. É o único sabichão.


SOOOOOOOOOBE

"Metrópolis", da TV Cultura

É o maior exemplo de que é possível fazer uma atração sobre cultura com inteligência e boas pautas. Com 25 anos de idade, o programa nunca se acomodou e garimpa a cada semana belas alternativas não só de diversão e cultura, mas, principalmente, conhecimento. É o tipo de programa que seria inestimável para a população caso estivesse na Globo, com uma edição diferente em cada praça. Isso se a Globo... Tá bom, tá bom, eu também acredito em duendes, elfos, gnomos e leprechauns irlandeses....

DEEEEEEESCE!

Seriados desordenados na Band

Urge que o setor de programação da Band coloque episódios dos seriados matinais em ordem. Uma hora passa um episódio da sétima temporada de "iCarly" que tem continuação no dia seguinte (está escrito lá, avisando). No dia seguinte, no entanto, é exibido um episódio de outra temporada e o telespectador fica sem saber como acabou a história. Dá para organizar melhor as fitas aí ou precisam de ajuda?

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