Renato Kramer

'Eu acho que está bom, fiz o melhor que pude', diz Fernanda Montenegro sobre seu trabalho

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A coluna de Nelson Motta do "Jornal da Globo" focou na última sexta-feira (29) os 70 anos de carreira da grande dama das artes cênicas brasileiras: Fernanda Montenegro.

Fernanda começou a trabalhar com quinze anos, quando ganhou um concurso no rádio, onde trabalhou como locutora e atriz de rádio-novelas, informou Motta.

Estreou no teatro com 21 anos ao lado de Fernando Torres, que seria o seu companheiro da vida inteira. Com 22, começou a fazer teleteatros na TV tupi, atuando em mais de 150 peças transmitidas ao vivo.

Em um dos seus trabalhos teatrais mais recentes, a personagem de Fernanda declarava: "O que me surpreende é a impressão de não ter envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice".

No teatro, Fernanda conquistou todo o sucesso e todos os prêmios possíveis. São inumeráveis as suas brilhantes atuações no teatro, embora o jornalista tenha dado o devido destaque para a interpretação de Fernanda como Petra Von Kant, ao lado de Renata Sorrah ("Lágrimas Amargas de Petra Von Kant", de Fassbinder, direção Celso Nunes - 1982).

A partir de 1979, Fernanda entrou para a TV Globo e se tornou também uma grande dama das telenovelas. Uma de suas mais marcantes atuações foi ao lado do saudoso Paulo Autran, em "Guerra dos Sexos" (1983).

Em 2005, viveu a sua execrável vilã Bia Falcão em "Belíssima" (Globo), que o público todo adorava. Já no cinema, sua estreia foi em "A Falecida" de Leon Hirszman (1965), baseado na peça homônima

de Nelson Rodrigues. "Um filme que teve grande impacto e muitos prêmios", conta Motta.

%0 anos depois, com a sua atuação no filme "Central do Brasil" (Walter Salles - 1998), Fernanda foi a primeira atriz brasileira a concorrer ao Oscar. Perdeu para a atriz Gwyneth Paltrow ("Shakespeare In Love"). "Mas se consagrou como uma das melhores atrizes do mundo", afirmou o colunista.

E não foi só nas artes que Fernanda Montenegro contribuiu com a cultura brasileira. Ela também produziu em parceria com Fernando Torres dois filhos de grande talento: o cenógrafo e diretor Claudio Torres e Fernanda Torres -- não só uma das grandes atrizes da sua geração, como a escritora do 'best seller' "Fim", lembra Nelsinho.

Para encerrar a matéria com chave de ouro, Motta relembra que , aos 85 anos de idade, Fernanda Montenegro ganhou o Emmy de Melhor Atriz com a sua performance como Dona Picucha em "Doce de Mãe" (Globo - 2012).

"Eu acho que está bom. Fiz o melhor que eu pude", declarou a grande dama das artes cênicas brasileiras.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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