Com simplicidade, George Clooney aperfeiçoa a arte da campanha para o Oscar

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Como fazer campanha para o Oscar sem parecer imodesto ou fominha? Quando se trata de mostrar simplicidade --verdadeira ou um pouco dissimulada-- o desempenho simples, cândido e carismático do ator George Clooney é digno de uma estatueta dourada.

Com dois filmes na disputa do Oscar, o thriller político "Tudo Pelo Poder" e o drama familiar "Os Descendentes", Clooney poderá conquistar quatro indicações individuais, quase igualando-se ao feito do ator Warren Beatty, a única pessoa na história da Academia de Hollywood a ser indicado (em duas ocasiões) como produtor, diretor, roteirista e ator pelo mesmo filme. No caso, as produções "O Céu Pode Esperar" e "Reds".

Clooney deve ser indicado como melhor ator por "Os Descendentes", e como roteirista, diretor e produtor por "Tudo Pelo Poder".

Crédito: Fox Searchlight/Efe George Clooney e a Shailene Woodley em cena de "Os Descendentes"
George Clooney e a Shailene Woodley em cena de "Os Descendentes"

Para maximizar seus prognósticos e minimizar o lado ganancioso do lobby que atores, diretores e outros profissionais costumam fazer nesta época do ano em busca da simpatia do eleitorado dos prêmios, Clooney aparece na capa (ao lado da atriz Viola Davis) da última edição da revista "Entertainment Weekly", com uma reportagem especial sobre as previsões do Oscar, cuja relação de indicados será anunciada no dia 24 de janeiro.

O ator revela que já fez parte do jogo de promoção pessoal para o Oscar por conta de seus filmes "Syriana --A Indústria do Petróleo" (que lhe rendeu o Oscar de melhor coadjuvante) e "Boa Noite e Boa Sorte" (indicado para os Oscars de diretor e roteiro original).

"É como uma campanha (política); é como ter que beijar bebês", explica Clooney. "Você pode justificar (a campanha) dizendo: 'estou ajudando a promover o filme', mas você acaba atravessando o sinal fechado quando começa a perceber que só está ajudando a você mesmo. E ai você começa a se sentir sujo. Então nunca mais fiz campanha. Não fiz por "Amor Sem Escalas" (indicado para o Oscar de melhor ator), nem por "Conduta de Risco" (outra indicação de melhor ator)".

Na noite de ontem, Clooney falou mais sobre o Oscar durante uma entrevista para o programa jornalístico Rock Center, da rede NBC.

O âncora Brian Williams perguntou ao ator o quanto de validação ele recebe com os prêmios que ganha ou é indicado. "Não tento colecionar prêmios como ocupação", diz Clooney.

"Coleciono outras coisas, que podemos discutir depois", brincou o ator. E prossegue: "Não me lembro necessariamente quem ganhou determinado prêmio ou quando. Lembro de filmes. Lembro de 1976, que é um ano perfeito para falar de filmes, porque "O Touro Indomável", "Todos os Homens do Presidente", Rede de Intrigas, "Esta Terra É Minha Terra" e "Rocky --Um Lutador" ficaram entre os cinco filmes indicados. Sou fã de filmes, e meu trabalho é fazer que eles tenham uma durabilidade maior do que o final de semana de estreia".

Na entrevista, Clooney teve tempo de dividir um pouco de seu lado pessoal. Williams quis saber se o ator cumpre uma rotina no escritório, e se ele tem alguém para lhe preparar ou trazer um cafézinho.

Ponto para Clooney, que responde que ele mesmo compra (ou prepara) seu próprio café no escritório de sua produtora. "Entenda, cresci fazendo trabalhos bem degradantes", diz Clooney.

"Fui vendedor de sapatos para mulheres. Esse é um trabalho dificílimo. Sei que não soa árduo, mas mulheres são malucas com os pés delas. Vendi seguro também. Isso é divertido!"

No final do segmento sobre Clooney, Williams lembra o trabalho do ator como humanitário, especialmente a missão dele em Darfur.

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