Sócios e familiares de Cristiano Araújo, morto há cerca de um mês em um acidente de carro, estão processando o jornalista Zeca Camargo.

Na ocasião da morte e de seus desdobramentos, que ganharam cobertura de destaque na imprensa nacional, Zeca Camargo fez uma coluna em que questionava os limites do espetáculo e também o alcance da fama do sertanejo.

O texto, narrado no "Jornal da Dez" (GloboNews) por Zeca, despertou a ira de outros cantores sertanejos e fãs do gênero, que protestaram contra o jornalista nas redes sociais.

Zeca se desculpou publicamente no "Vídeo Show" (Globo) e escreveu uma coluna para a Folha se justificando. Mas, para a família de Cristiano, os pedidos de desculpas não foram suficientes.

Sócios da C.A. Produções Artísticas, a empresa que cuidava da carreira do cantor, e o pai dele, João Reis de Araújo, estão entrando com pedido de danos morais contra o jornalista.

A advogada responsável pelo caso, Fernanda Moreira, do escritório Mendonça, Moreira & Prado, de Goiânia, afirma que parte da indenização, ainda não calculada, seria usada para criar o Fundo de Apoio à Cultura Sertaneja. A outra parte seria doada a uma instituição de saúde de Goiás, a Casa de Apoio São Luiz. O processo foi enviado ontem.

Moreira pede também, no processo, que Zeca se comprometa a "nunca mais emitir opiniões preconceituosas sobre a cultura e a música sertanejas, sob pena de multa de R$ 50 mil".

"É uma questão muito delicada. No texto dele, você consegue sentir o preconceito, a falta de respeito com os fãs. Ele dá a entender que a cultura sertaneja é pior do que as outras", disse Moreira ao "F5".

Procurado pela reportagem por telefone, Zeca Camargo não atendeu às ligações.