Três anos após estrear atrás das câmeras com a comédia romântica "Amor por Acaso", protagonizada por Juliana Paes e Dean Cain, Marcio Garcia, 43, reprisa o papel de diretor de longas no drama "Angie", que chegou aos cinemas na sexta-feira (12).

Coproduzido por Brasil e Estados Unidos, o filme narra a história da jovem artista plástica Angie (Camilla Belle). Ela deixa uma vida de mordomias em Vitória, no Espírito Santo, e ruma para os EUA em busca do pai e de autoconhecimento.

A obra também conta com Andy Garcia, Juliette Lewis, Carol Castro e Christiane Torloni no elenco.

Em entrevista à sãopaulo, Garcia, que começou a carreira como apresentador e se firmou como ator em meados dos anos 1990, diz estar feliz com a nova função. "Gostei de navegar nesse mar da direção, mas sou um iniciante consciente."

Mesmo assim, ele afirma sentir falta de estar em um "set" para atuar. "Quero fazer uma novela, estou morrendo de saudade de atuar. Vou tentar conciliar tudo [as duas profissões]."

Leia, a seguir, a íntegra da entrevista com Marcio Garcia.

sãopaulo - Como o filme chegou até você?
Marcio Garcia - O Uri [Singer, produtor americano], com quem trabalhei em "Amor por Acaso" (2010), meu primeiro longa, mandou o roteiro, eu li e gostei. Quando vi já estávamos em pré-produção.

O Andy Garcia já estava escalado para o elenco?
Não. Sugeri o Andy e, a partir disso, passei por uma série de entrevistas por Skype. Ele queria saber sobre tudo. Respondi a um quase inquérito até conquistar sua confiança.

Você sente que amadureceu de "Amor por Acaso" para cá?
Espero que sim [risos]. Gostei de navegar nesse mar da direção, mas sou um iniciante consciente. Quero crescer, evoluir e ouvir críticas para tentar fazer entretenimento de bom nível.

Essa já é a sua segunda coprodução internacional. Não pensa em fazer um filme exclusivamente brasileiro?
Eu penso. Até falei sobre isso com o Uri porque não dá tempo de respirar e ele já me vem com outro projeto. Parece até piada. Agora, comercialmente falando, quando você faz um filme em português ele fica muito limitado. Por mais que faça bilheteria no Brasil, o grande público mundial não está muito acostumado a consumir filmes estrangeiros. Mas tenho vontade, sim. Só me falta tempo. Também quero fazer uma novela. Estou morrendo de saudade de atuar, de ir para o "set" como ator. Vou tentar conciliar tudo.

Já tenho a proposta para fazer outro filme, que não tem nada a ver com o Brasil, mas estou convencendo as pessoas a filmar alguma coisa no Rio de Janeiro. Estou sempre tentando fugir dessa coisa da favela, tentando vender o nosso país um pouco mais rico. É o que está se esperando lá fora. Acho que está na hora da gente vender um Brasil mais bacana, mais "cool".

De que forma você se vê: como ator, apresentador ou diretor?
Quando estou no "set" dirigindo não penso nas novelas ou nos programas. Tento sempre não olhar para o meu passado. Então, hoje, nesta entrevista, digo que sou mais diretor.

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