Carne com ouro: Dá para fazer churrasquinho deste jeito em casa? Sim, mas prática requer cuidados
Seleção brasileira experimentou iguaria no Qatar; veja possíveis opções em pratos
A seleção brasileira, que está no Qatar para disputar a Copa do Mundo, recentemente virou notícia não só pelo futebol apresentado em campo mas também por jantar em um restaurante onde peças de carne cobertas com ouro são servidas aos clientes.
Vini Jr., Éder Militão, Bremer e Gabriel Jesus, junto com ex-jogador Ronaldo Fenômeno, se esbaldaram no Nusr-et, um desses lugares para ver e ser visto e ostentar com gosto -o prato da carne pode chegar a R$ 9.000. Ficou com vontade? Pois saiba que não é preciso investir tanto para provar desta iguaria. Se organizar direitinho, todo mundo em casa come, vendo o jogo do Brasil pela TV.
Mas antes é bom saber: Será que é gostoso? Sim e não. Na verdade, neste quesito, o ouro é um zero à esquerda. Deumas Oliveira, professor de gastronomia no Centro Universitário FMU, explica que o metal não tem sabor, por isso não modifica a degustação do produto. "A utilização deste produto é inteiramente para ostentação, já que não altera em nada o sabor, a textura ou a composição."
O consumo em casa é acessível, já que as folhas de ouro não têm preços exorbitantes. Basta adquiri-las, por exemplo no e-commerce, onde 100 folhas de ouro comestível saem por R$ 59. O chef recomenda, no entanto, que as folhas sejam adicionadas apenas na finalização do prato já que não podem ser levadas para cocção.
"Não é recomendável fazer na air fryer ou churrasqueira se não se desintegram. Uma dica: atenção se o prato estiver muito quente, é bom esperar ele dar uma esfriada. O mais importante é colocar apenas no final e com muito cuidado pois as folhas são muito frágeis. Para evitar que isso ocorra, pode-se acrescentar com a ajuda de uma pinça", explica.
Sendo comestível e consumida esporadicamente, a ingestão não traz malefícios para a saúde. O ouro é um metal que o nosso corpo não absorve, por isso não apresenta riscos à saúde, é o que explica a nutricionista Giovana Canno, pós-graduada em nutrição clínica funcional e especialista em saúde intestinal.
"Nosso corpo não está preparado para metabolizar esse produto, assim como outros conservantes e produtos químicos utilizados na alimentação, por isso é eliminado nas fezes", diz.
Os cortes de carne que geralmente são consumidos com o ouro são os nobres, como medalhões de filé mignon e de grandes carnes. Mas Oliveira explica que é possível utilizar as folhas em pratos como risotos, escondidinho de abóbora com carne seca e mil folhas. Como qualquer outra comida, a harmonização entre os ingredientes é importante. Mas este, como não tem sabor "não harmoniza com nada, nem cervejas ou vinhos", afirma o professor.
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