Mulheres do Vento: Trio fica 30 dias no Atlântico e mostra impacto do lixo
Amigas planejam fazer documentário sobre viagem de um mês em alto mar
Amigas planejam fazer documentário sobre viagem de um mês em alto mar
Um barco, vários sonhos e muita coragem foram os elementos necessários para que três mulheres do coletivo Women and the Wind (Mulheres do Vento, em português) decidissem cruzar o Atlântico em 30 dias, em um catamarã chamado Mara Noka, para produzir um documentário sobre o impacto do lixo no oceano.
A corretora de imóveis brasileira Kiana Weltzien navegava a bordo do Mara Noka, seu barco e casa, quando, em 2019, se deparou com a realidade da poluição do mar e surgiu a ideia do projeto. Foi a partir daí que ela se juntou a ecologista Lærke Heilmann, a diretora de cinema Maihara Marjorie, e a artista plástica Beatriz Chachamovits para encarar esse desafio.
O primeiro passo para essa aventura foi quando Kiana e Lærke foram para a Flórida para fazer consertos no catamarã para então saírem na expedição. O trabalho na embarcação durou um ano, seguido de mais dois até que tudo se tornasse realidade. Nesse tempo, a equipe sofreu algumas alterações no percurso. Maihara e Beatriz não puderam acompanhar as amigas, mas a fotógrafa Alizé Jireh chegou como reforço.
As três (Kiana, Lærkee Jireh) entraram então em uma convivência intensa, um mês juntas até o dia de partir. A brasileira contou ao F5 que elas compraram 350 litros de água e comida o suficiente para seis meses em alto mar. Elas também chegaram a fazer uma vaquinha online, mas no fim precisaram investir o próprio dinheiro para fazer o projeto sair do papel e da terra firme.
"Nunca chegamos à meta de doações, mas o mais forte sempre foi a vontade. Não importava se a gente ia receber o dinheiro, iríamos cruzar o Atlântico de qualquer jeito", diz Kiana após a expedição que durou um mês, de junho a julho deste ano. O trio postou algumas imagens em suas redes sociais mostrando o trabalho diário na embarcação, o mar e céu exuberantes e um pouco de nudismo nos dias quentes.
Com a repercussão da viagem, o coletivo —formado por seis mulheres, entre elas as três aventureiras— tem recebido doações, pelo site do projeto e pela plataforma Patreon, que elas pretendem usar na pós-produção do documentário. E elas miram alto, esperando poder lançar o produto final da travessia em "algumas grandes plataformas de streaming".
O grupo também almeja se tornar uma ONG e financiar mulheres que queiram fazer projetos "doidos" com o foco ambiental. "Gostaria de conseguir ajudar outras mulheres a completar seus sonhos, e que seja um pouco mais fácil do que foi para nós."
Kiana conta que, no mundo da navegação, existe um ditado que diz: "Um dia num barco com alguém é igual a três na terra". Para ela, a convivência em um espaço pequeno sem outras distrações, como celular ou internet, tornou tudo mais intenso. A brasileira diz que em alguns dias, ela, Lærke e Alizé ficavam sem se falar por precisarem de espaço, mas, em outros, ficavam juntas o dia inteiro.
"Uma coisa que sempre nos unia eram as refeições: café da manhã, almoço, jantar", lembra. O sono das navegadoras também era combinado. Por já ter experiência em expedições em alto mar, Kiana assumiu a vigia da madrugada no começo da viagem e ao final, ela e as outras mulheres se organizaram em turnos.
Quanto à rotina, a brasileira afirma que os dias geralmente tinham manhãs tranquilas e eram repletos de leitura, refeições, sonecas e "banhos" com água do mar, para aliviar o calor. "Passamos por 10 dias em que estava chovendo todo dia, nesses dias não estava calor, mas no resto estava muito".
Para Kiana, a viagem "louca em um barco muito estranho" representou um ciclo completo, tanto da natureza quanto para elas enquanto mulheres. "O mar está sempre em movimento e passando por mudanças, da calmaria até o furacão, o documentário nos mostra como nós passamos pelas mesmas como seres humanos, em relação a sentimentos e momentos de vida."
Ela conta que, além de querem apresentar o impacto do lixo na natureza, o Mulheres do Vento quer inspirar outras mulheres a superar o impensado, reforçar a importância da arte e incentivar a navegação à vela como um meio de transporte. Kiana, que agora está nas Ilhas Canárias, na Espanha, torce para que outras pessoas se emocionem com o trabalho feito pelo coletivo.
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