Pedreiro transforma Uno em Lamborghini e cria o 'LamborgUno'
Utilizando isopor e massa acrílica, Edimar Goulart recria esportivo por R$ 3.000
O chão de terra batida das ruas do bairro popular de Cidade de Deus 1, em Rondonópolis (MT), a 218 km de Cuiabá, certamente não é o terreno apropriado para curtir os 700 cavalos de um carro esportivo como a Lamborghini Aventador, que tem o preço estimado em cerca de R$ 3 milhões.
Um Fiat Uno 2002, por sua vez, pode circular por ali sem maiores problemas, embora deixe um pouco a desejar no visual e na potência quando comparado com seu conterrâneo de luxo. O pedreiro Edimar Goulart, então, decidiu unir o útil ao agradável e criou o "LamborgUno", um híbrido caseiro dos dois, feito a partir de isopor e massa acrílica.
"Sempre gostei demais do Lamborghini, mas aqui em Rondonópolis não existe nenhum", explica Edimar, que ganha a vida fazendo bicos como pedreiro e colocando papéis de parede. "Como eu não tinha condições de comprar um, acabei fazendo um artesanal mesmo."
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"Acharam que estava maluco, que estava estragando o carro", lembra Edimar, que levou um ano e gastou cerca de R$ 3.000 na reforma. "Mas hoje todo mundo admira e quer tirar foto."
Por enquanto, os admiradores ainda precisam se contentar apenas em olhar o possante. "A documentação do Uno ainda não está pronta, então eu deixo mais na porta de casa mesmo", explica Edimar, que também aponta certas tecnicalidades como empecilho aos passeios com o bólido.
"Ainda preciso passar uma resina de fibra de carbono ou de poliéster nele. Do jeito que está, se andar muito, trinca", explica.
O interior e o motor do veículo preservam os aspectos do carro original, o que não é de todo ruim. "O motor é economicozinho, mas não pode andar muito rápido não", diz.
Apesar de não andar muito, o "LamborgUno" certamente passaria no teste proposto pelo fundador da marca, o italiano Ferruccio Lamborghini.
Reza a lenda que o empresário costumava dirigir os protótipos da marca lentamente pelas ruas, prestando atenção aos pedestres para ver se eles se viravam quando o carro passava. Se não o fizessem, o automóvel simplesmente não era bonito o bastante.
Em Rondonópolis, não há dúvida. O "LamborgUno" vira cabeças por aí.
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