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Casamento real: por que Meghan Markle não vai ser chamada de princesa após casamento com Harry

Pelas regras da monarquia britânica, apenas pessoas com sangue real têm direito a ser chamadas

O príncipe Harry e a atriz norte-americana Meghan Markle no Palácio de Kensington
O príncipe Harry e a atriz norte-americana Meghan Markle no Palácio de Kensington - Daniel Leal-Olivas*27.nov.2017/AFP
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Após se casar com o príncipe Harry, no próximo final de semana, a atriz americana Meghan Markle provavelmente não será conhecida como princesa Meghan. O motivo? Os protocolos da monarquia britânica são claros: ela não tem sangue real. Por isso, deverá seguir o exemplo de sua futura cunhada, Kate Middleton, que também era plebeia.

Quando Kate e o príncipe William foram declarados marido e mulher, em 2011, ela passou automaticamente a ser chamada de sua alteza real princesa William de Gales. Então, a probabilidade é grande de Meghan se tornar sua alteza real princesa Harry de Gales e não princesa Meg, assim como não existe princesa Kate.

É comum na monarquia britânica que o soberano conceda títulos de nobreza aos membros da família real quando eles se casam. Nesse sentido, segundo Nicholas Witchell, correspondente de assuntos da realeza britânica para a BBC, o novo membro da família ganha um status importante sem que a rainha o torne príncipe ou princesa por "seu direito".

Como William foi agraciado pela rainha Elizabeth 2ª com o título de duque de Cambridge, Kate virou automaticamente duquesa de Cambridge. A imprensa britânica aposta que a rainha dará a Harry o título de duque de Sussex, então, Meghan poderá ser a duquesa de Sussex.

PRINCESA DE MENTIRA

Não foram apenas os netos da rainha que escolheram se casar com mulheres sem "sangue azul". Os três filhos de Elizabeth –Charles, Andrew e Edward– também. E nenhuma delas é oficialmente uma princesa, nem a mais famosa delas, Diana Spencer.

Diana era chamada popularmente assim, mas nunca teve oficialmente o título. Era intitulada princesa porque o seu ex-marido Charles herdou o título de príncipe de Gales anos antes de se casar. Por esse motivo, a professora passou a ser chamada de "princesa de Gales".

O mesmo valeu para quando Sarah Ferguson se casou com o príncipe Andrew, em 1986. A rainha deu ao filho o título de duque de York e, consequentemente, sua mulher se tornou a duquesa de York. Sophie Rhys-Jones também não virou princesa ao se casar com o caçula da rainha, Edward. Ele ganhou o título de conde de Wessex, e ela, o de condessa.

RAINHA DONA DAS REGRAS

Segundo um decreto publicado pelo rei George 5º em 1917, apenas os herdeiros diretos do soberano são automaticamente príncipe ou princesa. O mesmo vale para os netos da rainha ou do rei, mas apenas para aqueles nascidos dos filhos homens.

Daí os herdeiros de Charles, William e Harry, e as herdeiras de Andrew, Beatrice e Eugenie, serem príncipes e princesas. Já os filhos da princesa Anne – Philip e Zara – não teriam direito a esse status.  Mas a rainha, no entanto, pode alterar as regras por meio de um instrumento legal chamado carta-patente.

Ela ofereceu fazer isso com os filhos de Anne, mas a princesa preferiu não repassar seu status aos descendentes. O irmão mais novo de Anne, Edward, também optou por não conferir aos herdeiros James e Louise a condição de príncipe e princesa (a que tinham direito). Segundo Witchell contou à BBC Brasil, ele quis conceder a eles "uma chance melhor em uma 'vida comum".

A rainha subverteu pela primeira vez o decreto sobre quem é príncipe e princesa para seu próprio marido, Philip, em 1957. Até aquela data, ele era apenas duque de Edimburgo, título dado pelo rei George 6º quando Philip se casou com Elizabeth, em 1947. Por decisão da rainha, Philip tornou-se, então, príncipe do Reino Unido. 

A soberana voltou a usar esse recurso em 2012, conferindo a todos os filhos de William e Kate esse status, porque o primeiro filho do casal é o terceiro na linha de sucessão ao trono e tem grandes chances de se tornar rei.

Pelas regras reais, só o primogênito do príncipe de Gales, no caso, George, teria direito a ser príncipe, mas não seus irmãos. No entanto, como a rainha autorizou, Charlotte, filha do casal nascida em 2015, também é princesa, assim como o terceiro bebê de William e Kate, Louis Arthur, nascido em abril, é príncipe.

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