Emojis ajudam computador a identificar mensagens sarcásticas
Algoritmo aprendeu a reconhecer sarcasmo e pode ajudar a detectar mensagens de ódio nas redes sociais.
Além de ajudar na comunicação por texto, os emojis agora também estão contribuindo com a ciência. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT na sigla em inglês) usaram as famosas carinhas e símbolos para treinar computadores a identificar sarcasmo.
Por que isso é importante? Para ajudar máquinas a detectar corretamente mensagens de ódio nas redes sociais. A interpretação do sentido correto de comentários passa pela identificação de mensagens sarcásticas.
Os cientistas selecionaram 1,2 bilhão de tuítes com pelo menos um dos 64 emojis mais populares, com objetivo de desenvolver um algoritmo, apelidado de DeepMoji.
O algoritmo primeiro aprendeu a prever qual emoji era mais provável de ser usado em uma determinada situação. Em seguida, foi ensinado a reconhecer sarcasmo.
O resultado é que o DeepMoji pode detectar sarcasmo muito melhor do que um algoritmo que não foi treinado com emojis.
Os pesquisadores dizem ainda que o DeepMoji pode ser usado para avaliar como clientes se sentem a respeito de diferentes marcas e produtos. Ou para melhorar a interação entre pessoas e programas inteligentes, como os "chatbots", robôs que podem conversar por texto com humanos.
TREINAMENTO
"Nós (humanos) usamos entonação de voz ou linguagem corporal para contextualizar o que estamos dizendo. Os emojis são a forma que usamos para fazer isso online", disse Iyad Rahwan, professor associado do MIT e um dos responsáveis pelo projeto, para a revista MIT's Technology Review.
O algoritmo "aprendeu a relação entre um determinado tipo de linguagem escrita e um emoji", completou Rahwan.
Iyad Rahwan e o estudante Bjarke Felbo criaram um site convidando as pessoas a aprimorarem o DeepMoji. Uma forma de fazer isso é submeter suas próprias mensagens de texto, para serem usadas no treinamento do algoritmo.
Rahwan e Felbo também planejam publicar o código do algoritmo, para que possa ser usado por outros pesquisadores. "Aplicar (o algoritmo) a tuítes parece ser uma escolha inteligente, já que a comunicação pelo Twitter é muito mais pobre do que uma conversa real, face a face", afirma a professora Kerstin Dautenhahn, que estuda a interação entre pessoas e máquinas na Universidade de Hertfordshire.
Mas Dautenhahn levanta dúvidas sobre a grande gama de atividade humana que agora é monitorada e analisada por máquinas, com o propósito de adivinhar o que as pessoas pensam e sentem. A professora pergunta: "Nós ficamos contentes que sejam elaborados perfis cada vez mais detalhados de nós mesmos?".
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