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Checkpoint Berlim: Os nomes mais inusitados para redes de WiFi da Alemanha

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Selo Deustche Welle

O que "Martin Luther King", "Eu tomo banho pelado" e "Por favor, toque violino mais baixo" têm em comum? Esses são três nomes de redes WiFi escolhidos por moradores de Berlim. A criatividade dos berlinenses é imensa e agora foi mapeada por um italiano que vive há cinco anos na capital alemã.

O seu interesse por nomes estranhos de WiFi surgiu do tédio, conta Federico Prandi. Ele voltava para casa de noite num trem, após sair de um bar, e, para matar o tempo, resolveu olhar quais redes estavam disponíveis. Aí a viagem foi ficando cada vez mais interessante.

Segundo Federico, o "Berlin Wifi Project" nasceu principalmente da curiosidade de descobrir a história desses nomes e o que eles poderiam dizer sobre a cidade.

Mapa mostra nomes estranhos de redes Wi-Fi em Berlim
Mapa mostra nomes estranhos de redes Wi-Fi em Berlim *** **** - Deutsche Welle/Reprodução

Durante um ano, o italiano "espionou" os nomes digitais que apareciam por onde passava. O volume foi aumentando, e ele resolveu passar suas anotações para um mapa, que há um mês está disponível em seu blog "A more quiet place".

Nessa jornada, Federico descobriu que redes de WiFi também podem ser usadas como uma forma de comunicação anônima entre vizinhos. O italiano percebeu que vários nomes eram uma espécie de mensagem para moradores das redondezas: "Posso ouvi-los fazendo sexo", "Suas crianças enchem o saco", "Na frente do mercado é muito barulhento", ou ainda, "A pizza do restaurante é ruim".

A reclamação está lá, mas se ela foi percebida pelos destinatários, aí é outra questão. Federico garante que sim, ao menos em alguns casos, pois algumas vezes um WiFi próximo responde à provocação usando um nome como "sua reclamação não me interessa" ou algo semelhante.

Outros nomes são homenagens a escritores e personalidades ou são inspirados no cinema e na literatura. Alguns são uma incógnita para os não iniciados.

Desde que publicou o mapa, Federico conta com a ajuda de outros curiosos para preenchê-lo. E a curiosidade não é pouca. Teve um dia que ele precisou de umas cinco horas para agradecer as sugestões recebidas.

Apesar do trabalho, o italiano está muito feliz com a dimensão que o projeto tomou e convida a comunidade brasileira a procurar por nomes em português para ampliar os idiomas das W-Fi berlinenses.

É claro que perguntei para Federico o nome que ele havia escolhido para a sua rede. Mas, nesse quesito, o italiano foi tradicional e manteve o nome indicado pela operadora de internet.

Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às sextas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.

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