Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Viva Bem

Olimpíadas em casa: Veja estratégias para acompanhar jogos na madrugada

Pessoas criam planilhas, grupos de Whatsapp e garantem empolgação

Saulo Mendonça acompanha vários jogos das Olimpíadas durante a madrugada Ronny Santos/Folhapress

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Acompanhar os Jogos Olímpicos nunca foi tarefa das mais simples, devido ao grande número de modalidades esportivas. Quando as Olimpíadas acontecem do outro lado do planeta, então, como as Olimpíadas de Tóquio, se adaptar ao fuso horário é um desafio a mais.

Entre as estratégias relatadas pelos torcedores para dar conta da maratona estão planilhas com horários das partidas, despertador na madrugada, grupos no WhatsApp e muita empolgação.

O advogado Pedro Muller, 31, comenta que se preparava para ver o evento de perto, no Japão. “Gosto muito de grandes eventos. Minha ideia era, sempre que possível, estar presente”, conta o advogado, que assistiu in loco a jogos nas Olimpíadas do Rio, em 2016, e também a partidas da Copa na Rússia, em 2018, e no Brasil, em 2014.

Com a pandemia do novo coronavírus, porém, ele decidiu adaptar os planos e assistir aos jogos em casa. “Tentei fazer uma planilha dos esportes que eu mais acompanho, os coletivos, e aqueles com bastante chance de medalha, como o surfe e a canoagem”, diz ele, acrescentando que tinha altas expectativas com a seleção feminina de futebol —infelizmente, o time foi eliminado dos Jogos na sexta-feira (30). “É uma medalha que estamos desejando há bastante tempo.”

Assim como ele, a gerente de contas Vitória Baraldi, 25, também torcia pelo futebol feminino. Ela diz que é apaixonada por todos os esportes, mas conta que jogou futsal durante muitos anos e, por isso, tem um carinho especial pelo futebol.. Ela afirma que é apaixonada por todos os esportes, mas conta que jogou futsal durante muitos anos e, por isso, tem um carinho especial pelo futebol.

Para se organizar, Vitória fez uma lista com todos os jogos no aplicativo do despertador do celular. "Sempre foi um programa de família", diz ela, que hoje costuma ter a companhia do namorado nas maratonas. Sobre a grande oferta de jogos na TV, ela afirma que muitas vezes acaba "acompanhando dois esportes ao mesmo tempo”, já que modalidades como judô e natação têm competições bem rápidas.

Quanto ao segredo para não dormir, ela afirma que não há nada melhor do que a empolgação --se você quer driblar o cansaço, escolha modalidades que despertam o seu interesse, diz ela.

O clima de Olimpíadas é tão contagiante que até mesmo aqueles que não se consideram vidrados em esportes acabam se desdobrando para ver as partidas. É o caso do designer gráfico Raphael Caparelli Chicoli, 32, que criou um grupo no WhatsApp com amigos para comentar os jogos e compartilhar informações.

“Nas Olimpíadas dá vontade de sempre deixar a TV ligada", diz Chicoli. Ele tenta assistir aos jogos que acontecem em horários "mais tranquilos”, antes da meia-noite, e ajusta o despertador quando decide ver alguma modalidade de madrugada ou muito cedo pela manhã cedo --nesses casos, ele apela para a televisão do quarto mesmo.

Mesmo longe das arquibancadas, Chicoli diz que a melhor parte dos jogos é transformar a torcida em algo coletivo. E isso, segundo ele, também tem a ver com se manter acordado aqui no Brasil, em um fuso tão diferente do fuso do Japão. “Se eu acompanhar muito sozinho, vou acabar ficando com sono.”

E para não se perder no meio de tantos jogos, Raphael conta que uma amiga colocou os horários na agenda do Google e ele adicionou à sua conta.

GRUPOS MANTÊM TORCIDAS UNIDAS

Pedro Muller vê a interação em grupos como solução para ficar por dentro de tudo o que está rolando. Ele faz parte do Movimento Verde Amarelo (MVA), convidado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para ser um dos padrinhos do Time Brasil, delegação de atletas que compete nas Olimpíadas. “O grupo do movimento ajuda muito, é o que mais me deixa ligado”, diz Muller.

O MVA surgiu em 2008 e criou, por exemplo, os gritos entoados pela torcida brasileira nas copas de 2014 e de 2018. Nestas Olimpíadas, o movimento tem feito lives com torcedores, atletas, dirigentes e até mesmo integrantes das equipes técnicas para acompanhar os jogos.

Conhecido como o Supermano do MVA, Saulo Mendonça, 29, tem se desdobrado para acompanhar os jogos de casa. Ele trabalha como consultor de planejamento e diz que tenta adiar seus compromissos para os horários da tarde.

“Sou apaixonado por esporte desde sempre. E para quem gosta, a Olimpíada é um momento mágico”, diz ele, que criou uma fantasia para levar mais pessoas para o movimento e acabou assumindo a missão de sempre puxar o público. “Virou um personagem meio icônico das torcidas.”

Ele conta que aguardava ansioso a estreia das novas modalidades nos Jogos Olímpicos, o skate e o surfe. No skate o Brasil conquistou duas medalhas de prata na categoria street, com Kelvin Hoefler, 27, e Rayssa Leal, 13. No surfe, o primeiro campeão olímpico foi o brasileiro Italo Ferreira, 27, que levou o ouro.

Ainda sobre o Movimento Verde Amarelo, o diretor institucional Luiz Carvalho, conhecido como Vasco, afirma que a ideia do grupo é gerar conteúdo e apoiar qualquer atleta brasileiro que esteja representando o país. Há, por exemplo, “times” para cada uma das modalidades e grupos no WhatsApp.

Luiz afirma que o MVA tem como “objetivo das lives mostrar apoio aos atletas da seleção brasileira”. Saulo Mendonça completa dizendo que, para além dos grandes eventos, a torcida quer aproximar o brasileiro de esportes diversos. “Queremos incentivar e dar luz para os atletas e modalidades.”

Parte da torcida já entendeu a importância de apoiar o esporte. “Quando falamos que o esporte muda vidas, não falamos apenas dos atletas”, diz a gerente de contas Vitória, ressaltando que a prática esportiva traz benefícios para a saúde e a socialização e aumenta o senso de responsabilidade.

As próximas Olimpíadas serão sediadas em Paris em 2024, em Los Angeles (EUA) em 2028 e em Brisbane (Austrália) em 2032, e a expectativa de torcedores como Pedro Muller e Saulo Mendonça, ambos do MVA, é acompanhar os jogos presencialmente. “É muito mágico”, diz o Supermano.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem