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Descrição de chapéu BBC News Brasil

Como seu rosto envelhece, além das rugas

Mesmo que se lute contra, o envelhecimento da pele é incontornável

Mesmo que se lute contra, o envelhecimento da pele é incontornável BBC News Brasil/Getty Images

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BBC NEWS

Além dos sinais externos mais evidentes do envelhecimento, como as rugas e manchas na pele, quais características dos nossos rostos retratam a passagem do tempo, tanto em homens quanto em mulheres?

Conforme envelhecemos, três fenômenos naturais vão mudando nosso aspecto e contribuem com a percepção do envelhecimento: a perda de gordura facial, a flacidez e a reabsorção óssea.

"A partir dos 25 ou 30 anos, embora pareça muito cedo, já se começa a involuir ou a envelhecer", disse à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, a cirurgiã Ainhoa Placer, da Sociedade Espanhola de Cirurgia Plástica, Reparadora e Estética (Secpre).

Essa involução é mais notável a depender da dieta e de fatores externos, como fumar ou se expor ao sol sem proteção, o que no longo prazo afeta a qualidade, a elasticidade e a hidratação da pele. Mas há mudanças no volume e na estrutura dos nossos rostos que são inevitáveis com o passar dos anos.

A perda de gordura facial

Segundo a médica Placer, o principal motivo do envelhecimento em nossos rostos é a perda de gordura facial.

No rosto, há muitos compartimentos de gordura, situados em distintas camadas, umas mais superficiais que as outras.

"São como bolsinhas de gordura (espalhadas) por todo o rosto", explicou a médica, "sobretudo na parte das bochechas, não tanto na frente".

Essa presença de gordura facial é muito evidente em crianças, que tendem a ter caras mais rechonchudas.

Mas com o passar dos anos essa gordura é absorvida e vai desaparecendo, diz a médica, o que é parte de um processo natural que independe do ganho ou da perda de peso na idade adulta.

Como consequência, os rostos tendem a se afinar e a perder volume.

A reabsorção óssea

Embora nossos ossos sejam rígidos, o tecido ósseo é dinâmico e segue um processo contínuo de formação e reparação ao longo da vida.

"Assim como os ossos crescem até chegar à idade adulta, com o tempo se inicia um processo inverso chamado reabsorção óssea, no qual os ossos vão sendo reabsorvidos", diz Placer.

Isso ocorre em todo nosso esqueleto, inclusive no rosto.

Na infância, a formação do tecido ósseo excede a atividade de destruição. Mas com o tempo as atividades se igualam e, nas idades mais avançadas, a destruição passa a exceder a formação.

É por isso que surgem doenças como a osteoporose, causada pelo enfraquecimento dos ossos. No rosto, esse processo de reabsorção óssea tem várias consequências.

"O arco zigomático, a que conhecemos como maçã do rosto, perde volume", diz a médica. "A fossa piriforme, que fica na junção do maxilar superior com o arco zigomático, é reabsorvida, e ao se fundir essa parte cria uma ruga típica do envelhecimento", conhecida como prega nasolabial.

Por outro lado, "o osso da mandíbula, que desenha o contorno da parte de baixo do nosso rosto, também vai sendo reabsorvido, e isso faz com que a gente vá perdendo a definição do ângulo da mandíbula, que é, de fato, um dos símbolos da juventude num rosto", diz a cirurgiã.

Em geral, os rostos que têm uma estrutura óssea muito angulosa, com maçãs e o ângulo da mandíbula muito marcados, "tendem a envelhecer melhor, porque têm uma estrutura óssea mais forte".

Embora a reabsorção óssea ocorra tanto nos homens quanto nas mulheres, o impacto no rosto delas tende a ser mais visível. "Não se parte do mesmo ponto", diz a médica. "Os homens têm quase sempre uma estrutura óssea mais forte, uma base mais larga. Então, embora percam massa, não se percebe tanto, essa estrutura se mantém um pouco mais."

Além disso, os homens tendem a ter menos gordura no rosto, e assim a perda dela fica menos perceptível.

A flacidez cutânea

A flacidez, outro processo que envelhece nossa aparência, tem a ver com a combinação de dois fatores: a perda de suavidade da pele por causa da redução das proteínas como a elastina e o colágeno, e o efeito da gravidade, que puxa tudo para baixo.

De fato, o mito de que o nariz e as orelhas sigam crescendo durante a vida tem a ver, na verdade, com a flacidez.

Segundo Placer, o que faz com que uma orelha velha pareça maior é a flacidez. "Não é que ela siga crescendo, mas sim que a flacidez faz o lóbulo se esticar mais, em vez de ficar firme."

A estrutura do nariz também não cresce, "pelo contrário, ele perde estrutura óssea. O que acontece é que ele vai se descolando".

Da mesma forma, "os olhos podem parecer menores, mas pode ser porque se soltam os tecidos das pálpebras e sobrancelhas, que vão caindo", diz a médica.

Vai ocorrer, não importa o que se faça

O envelhecimento é um processo natural, normal, que não podemos frear, e a gravidade não perdoa", diz a médica.

Para atenuar isso, muitos procedimentos de cirurgia estética prometem restaurar os volumes com preenchimentos, tanto para camuflar a reabsorção óssea quanto a perda de gordura.

Mas a gravidade também afeta essas intervenções. Se você quer fazer um preenchimento, a recomendação de Placer é que busque um médico qualificado.

E sobre a prática de exercícios faciais para prevenir o envelhecimento? Embora provavelmente não tenham nenhum efeito negativo, Placer é cética quanto ao impacto que podem gerar.

"No rosto, temos músculos, mas eles não são como os do restante do corpo, que ao exercitá-los podemos criar volume. Os músculos faciais são como lâminas de um milímetro de espessura e por mais que você os exercite, não obterá volume."

"Embora talvez você alcance um pouco mais de tônus ​​muscular", ressalva.

Por outro lado, "as alterações hormonais que a mulher experimenta na menopausa afetam muito a pele, como no ressecamento e hidratação da pele, e que também podem ser percebidas" como envelhecimento.



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