Não gosta das segundas-feiras? Confira dicas para ter um dia mais feliz e cheio de satisfação
Basta um pouco de esforço para transformar a rotina
Segunda-feira é o dia de deixar a preguiça do fim de semana de lado e retomar o trabalho e os estudos. É também a data oficial de começar regimes e de voltar para a academia. Com tantas obrigações, não é difícil entender por que tanta gente não é fã do primeiro dia útil da semana.
Mas há quem garanta que é possível, sim, ser feliz às segundas. O segredo? Mudar o olhar, inserir atividades de lazer na rotina, escutar uma música animada ou tomar um café com um amigo são algumas das dicas de coaches e psicólogos para tornar o dia mais agradável.
Estar motivado com o trabalho é outro fator importante. Quem garante é o americano Jim Davis, criador das tirinhas do Garfield, o gato preguiçoso e guloso que, curiosamente, tem como uma de suas características principais odiar as segundas-feiras. “Eu sou exatamente o oposto do Garfield”, afirma.
Mesmo produzindo os quadrinhos há 40 anos, com grande sucesso, Davis não se cansa do que faz e acredita que sempre dá para ser melhor. Sua motivação é tentar sempre escrever uma nova piada que faça o mundo todo rir. “Aguardo com ansiedade a semana de trabalho pensando que, desta vez, vou acertar.”
Por outro lado, explica ele, Garfield odeia as segundas justamente porque não tem estímulos nem obrigações (afinal, ele não trabalha nem estuda). “Toda segunda é um lembrete para ele de que sua vida é chata. É a mesma velha rotina se repetindo de novo e de novo.”
Para o psicólogo e coach comportamental Fredy Figner, a segunda-feira representa o início de um novo ciclo. Por isso, pessoas que estão insatisfeitas com o trabalho tendem a ter sensação semelhante à de Garfield.
Existe até uma pesquisa, realizada pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, que mostra que o número de infartos e de internações por doenças cardiovasculares é maior na segunda de manhã. O motivo, segundo os responsáveis pelo estudo, é o estresse produzido pela mudança de ritmo: depois de um fim de semana relaxado, a data concentra a retomada das preocupações do dia a dia.
O que fazer, então? Procurar um novo emprego? Para a coach Renata Abreu, especialista em psicologia positiva, antes de jogar tudo para o alto, o ideal é refletir sobre o que está incomodando no trabalho e no cotidiano. “Em muitos casos, mudar de emprego não resolve. É necessário fazer um exercício de autoconhecimento mais aprofundado para entender o que está acontecendo e rever seus verdadeiros valores e objetivos de vida.”
A coach Silvia Donati lembra também que mesmo quem gosta do que faz pode ficar insatisfeito com o início da semana. “É o que chamamos de crença limitante. Tem a ver com o que você atribuiu para a segunda-feira”, diz. Dessa forma, ela propõe o questionamento: por que, afinal, o início da semana é tão ruim? “Você pode descobrir que é por algo específico, como o medo de uma reunião que terá com o chefe.”
A reflexão pode envolver desde medidas práticas, como se preparar melhor para a tal reunião, até procurar exercitar um novo olhar sobre a data. Que tal, por exemplo, começar a semana almoçando em um lugar diferente ou realizando atividades que são prazerosas?
É o que faz o designer gráfico Jorge Bin, 40. Ele admite que o sábado é o dia preferido dele, por poder sair com os amigos, ficar de bobeira e não ter compromissos. Mas ele também consegue apreciar a segunda-feira, porque representa a retomada de três atividades das quais ele gosta muito: o trabalho, a academia e as aulas de teatro. “Percebo que todas essa funções voltam à ativa na segunda, então, ela passa a ser a minha aliada”, afirma.
O casal Fernanda Rosa, 40, e Vagner Félix, 47, também é fã do início da semana. “As pessoas deixam todas as atividades de lazer para a sexta, o sábado e o domingo. Mas não precisa ser assim. Aqui em casa, qualquer dia da semana pode ser diferente. Às segundas, costumamos nos reunir para tomar um bom vinho”, relata ela, que só lamenta o fato de muitas pizzarias não abrirem na data.
Félix acrescenta que outro fator que ajuda é não fazer grandes mudanças de rotina no fim de semana. “Se eu acordo no domingo às 9h, já acho tarde, porque tenho a impressão de que não estou aproveitando o dia. E isso me ajuda, porque não impacta o reinício da semana.” Até as filhas do casal, Beatriz, 13 anos, e Erica, nove anos, já estão virando fãs da data.
Segundo Renata Abreu, de fato, alterar os hábitos de sono (dormir até muito mais tarde) e exagerar na comida e na bebida durante o fim de semana podem tornar a segunda ainda mais difícil. “A pessoa já vai acordar com aquela sensação pesada”, avalia.
O psicólogo Figner complementa também que a segunda não precisa carregar o peso dos inícios, como o começo da dieta ou da academia. “Altos níveis de expectativa podem gerar angústia e frustração. Quem realmente está motivado com uma meta não quer postergar. Comece imediatamente o que quer fazer, seja o dia que for.”
No caso da estudante de direito Ingrid Ricci, 22, desde o segundo semestre deste ano, o início da semana ganhou um outro significado: virou um dia de descanso. Tudo porque ela não tem mais a obrigação de ir para a faculdade nessa data. “Agora, consigo planejar melhor a minha semana, fazer os trabalhos da faculdade e ainda tenho tempo de me dedicar a algo que amo, que é testar novas maquiagens.”
A partir dessa experiência, ela acredita que conseguiu mudar o seu olhar sobre a segunda-feira. “Quando me formar e começar a atuar como advogada, acho que terei uma relação mais motivada com a segunda, por poder trabalhar com aquilo de que eu gosto.”
Já a jornalista Carolina Barboza, 25, sempre apreciou as segundas e conta que elas se tornaram ainda mais importantes depois que o seu pai morreu. “Passei a dar valor ainda mais para os momentos simples da vida.”
Há um ano e meio, como forma de incentivar outras pessoas, ela iniciou o projeto #Dáparafazersegunda em seu Instagram (@blogjustcarol), em que dá dicas de ações fáceis que podem ser realizadas para melhorar a data, como comer uma torta de limão ou ajudar um amigo. “A partir disso, passei também a prestar mais atenção aos outros dias: a terça, a quarta, a quinta. Em todos podemos fazer muitas coisas boas.”
Comentários
Ver todos os comentários