Mulheres altas saem em defesa de seus maridos baixinhos e não deixam espaço para preconceito
Casado há 15 anos, cantor Luciano é mais baixo que a mulher Flavia
"Gente, vocês acham que tamanho faz diferença? Marque um amigo baixinho que teve a petulância de conquistar uma mulher alta", escreveu o cantor Luciano, dupla com o irmão Zezé Di Camargo, em seu Instagram.
Na foto, ele e a mulher, Flavia, posavam juntos, arrumados para uma festa de casamento. Ela, usando salto, ficou muito mais alta do que o marido. Casado há 15 anos, o cantor sertanejo afirma que não se importa com a diferença de estatura. Há, no entanto, quem se incomode e até evite se relacionar com pessoas que têm grande diferença de altura.
"Na maioria das vezes, o relacionamento não vai adiante por preconceito, porque uma das pessoas não tem força emocional suficiente para suportar a reação que vem do outro, como os comentários de família, ou o julgamento de quem olha na rua", avalia Carla Cecarello, sexóloga do site C-date.
Mônica (*), 32, conta que desistiu de um relacionamento por ser bem mais alta do que o parceiro. "Tentei de todo jeito, mas eu ficava muito desconfortável. Insistia na sapatilha, mas um dia usei salto em uma festa e me senti muito mal. Uma vez, a gente saiu com os amigos dele, e ele brincou que eu já era alta e ainda usava salto para humilhar. Achei que era hora de terminar", conta ela, que admira as mulheres altas que consegue lidar bem com isso.
Mônica chegou até a discutir o tema na terapia, mas ainda prefere evitar. “"Se eu vejo um homem mais baixo, já fujo."
Esse não é o caso da analista de segurança patrimonial Suellen Cassia Reis Denofrio, 35. Ela tem 1,71 m de altura, e o marido, 1,69 m. "Gosto muito de usar salto, e ele tem uns centímetros a menos do que eu. Mas isso nunca incomodou a gente. Tem homens que fazem suas mulheres usarem sandália rasteirinha só para disfarçar. Acho que isso é coisa de quem não se garante e se sente inferior", afirma Suellen.
Há muitos casais, até mesmo famosos, como os atores Tatá Werneck e Rafael Vitti, que têm boa diferença de estatura. Mas, nesse caso, o homem é muito mais alto e isso já não parece tão problemático socialmente. "É mais fácil aceitar quando o homem é mais alto, porque se prega que a mulher tem de ser mais baixa do que o parceiro. Isso está relacionado à questão da submissão. O homem mais alto dá a impressão de que manda na relação, apesar de isso não fazer mais sentido nos dias de hoje", destaca a sexóloga Carla.
Para o psicólogo Yuri Busin, a escolha de cada um é também baseada em preferências de tipos físicos. "Há homens que se sentem poderosos com mulheres mais altas, ou que preferem as gordas ou as loiras. Mas isso também não precisa ser verdade absoluta. Se a pessoa está feliz com a outra, é isso que importa. Não existem regras."
A empresária Samantha Trevisan Lambert, 26, está noiva há três anos de Davi, 32, cantor sertanejo que forma dupla com Bruninho. Ela tem 1,77 m de altura, e ele, 1,72 m. "Todo o mundo fala que combinamos e nunca ouvimos nenhum comentário de mau gosto. Claro que tem gente que brinca e pergunta: ‘Cadê o seu baixinho?’ Mas é tudo de maneira bem carinhosa. Por ele ser magro, ele pode parecer até mais baixo do que é, mas isso não é problema", afirma Samantha, que está grávida de quatro meses.
"Sempre lidei muito bem com isso, pois a vida toda fui a mais alta, desde os tempos de escola. Na verdade, nunca consegui me relacionar com alguém mais alto do que eu”, brinca a empresária. “Dos problemas que podem surgir na vida, esse é, com certeza, o menor", diz a empresária.
Carla destaca que é importante a pessoa saber o que busca no outro na hora de emplacar um relacionamento. "Mas a estatura não define a personalidade de ninguém. Homens baixos podem ser fortes, queridos e gentis. Há quem busque um relacionamento só pela estética, sem avaliar as qualidades do outro", reforça a especialista.
(*) O nome foi alterado a pedido da entrevistada
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